Resumo da semana – Agosto foi mês de desgosto para FIIs CRIs
A deflação mostrou a que veio aos Fundos Imobiliários. Quem é de CRI não quer crer no que vê. Entenda tudo neste resumo despretensioso, mas com o desejo ardente de informar o investidor

No mercado de Fundos Imobiliários, quem é de tijolo ri à toa. Mas quem é de CRI – Certificados de Recebíveis Imobiliários – está tenso.
A inversão de papéis é recente e tem a ver com a inflação negativa, confirmada nesta semana pelo IGP-M com baixa de 0,70% em agosto.

Os FIIs de CRIs com remuneração pelo IPCA já demonstraram no 'Dia D’ de 31 de agosto qual pode ser o impacto da deflação nos rendimentos. A maioria anunciou dividendos menores para pagamento em setembro.
No entanto, o investidor não precisa se afligir. Segundo Marx Gonçalves, sócio e analista de Fundos Imobiliários da Nord Research, a situação não vai continuar assim por muito tempo.
"Esse efeito tende a passar. É transitório. E olhando para frente, esses fundos vão continuar, pelo menos, daqui a uns dois meses a ser impactados pela deflação. Em seguida, tendem a melhorar a distribuição, embora não no mesmo patamar de quando o IPCA estava registrando 1% ao mês", comentou em matéria sobre o tema com um levantamento feito pela área de análise do Clube FII.
Eu acredito no Gonçalves por uma simples constatação: nós estamos no Brasil!
País de deflação – mesmo que momentânea - e de PIB – Produto Interno Bruto - que supera expectativas.
Afinal, somos brasileiros e não desistimos nunca! Assim, a economia responde com sinais vitais.
No mercado de tijolo, festa! O Fundo Imobiliário TRX Real Estate (TRXF11) encerrou a 6ª emissão com a captação de R$ 160,8 milhões, valor 100% acima do esperado na oferta iniciada em 20 de junho. Not bad!
A comemoração também é em casa após a oferta do Clube FII na plataforma Beegin – fora da B3 – ter ultrapassado os R$ 3 milhões. A equipe agradece a confiança dos investidores e segue ainda mais empenhada em fazer a empresa prosperar!
Outra captação festiva foi do Iridium Recebíveis Imobiliários (IRDM11) com R$ 336,9 milhões na 12ª emissão, valor 12,9% acima do esperado para provar que, apesar da deflação, o mercado segue firme na confiança em investir nos FIIs de CRIs.
O CSHG Renda Urbana (HGRU11) segue com as vendas de lojas Casas Pernambucanas feito um avião! Desta vez, anunciou mais três desinvestimentos em Mogi das Cruzes e Votuporanga, no interior de São Paulo, e na cidade de Pato Branco, Paraná, por um total de R$ 30,8 milhões.
Outro movimento arrojado foi do TRXF11 que volta a ser assunto nesta coluna após ter assinado um compromisso de compra para imóvel em Salvador, Bahia, da Leroy Merlin por R$ 106,7 milhões. O negócio ainda teve contrato de locação atípico com obras previstas para a varejista de materiais de construção permanecer inquilina por 20 anos.
Esta negociação deve ter sido interessante com entendedores de tijolos dos dois lados!
O CSHG Logística (HGLG11) anunciou um aditivo ao contrato de compra e venda com a LOG Commercial Properties e Participações para o imóvel BTS, em Minas Gerais, que ajusta a forma de pagamento de uma parcela por meio de operação de securitização. A ajudinha do CRI para o pagamento já estava prevista no início da operação.
Falando em ajudinha para pagar as contas, o XP LOG (XPLG11) também anunciou que cedeu os recebíveis de um contrato de locação com a Leroy Merlin (olha ela aí, de novo) para emissão de um CRI em duas séries. Ao todo o fundo levanta R$ 180.000.000. O fundo vai usar o dinheiro para pagar parte de três galpões e também para reforçar o caixa.
E a semana termina quente. O BTG Pactual Terras Agrícolas (BTRA11) anunciou que ficou sabendo, pela imprensa, que um incêndio atingiu o Silo e parte de um túnel que ficam na fazenda de Nova Maringá. Sim, aquela mesma que vinha sendo disputada na justiça por um credor dos arrendatários.
Por aqui ficamos com a esperança de que setembro seja próspero para todos os cotistas de Fundos Imobiliários, sejam de tijolos, CRIs ou dos dois juntos e misturados.
Lembrem-se de que sábios são aqueles que diversificam os investimentos em vez de reclamar dos solavancos da economia brasuca.
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