A Opea Capital comprou 98,6% de quotas do capital social total e votante da Nova Atlantis, tornando-se a quotista majoritária e controladora indireta da Planeta Securitizadora.

O valor do negócio não foi informado.

De acordo com o comunicado divulgado na última sexta-feira (18) pela Planeta, todas as condições para a efetivação do negócio foram satisfeitas na data de assinatura do compromisso de compra e venda.

A Planeta ressaltou que a gestão das operações, inclusive de certificados de recebíveis imobiliários (CRIs) e certificados de recebíveis do agronegócio (CRAs) existentes e futuros não será impactada pela alienação do controle.

Ainda segundo o fato relevante, a mesma equipe continuará acompanhando o dia-a-dia das emissões e atividades da Planeta, junto com o departamento de relações com investidores.

Maior securitizadora em operações ativas emitidas

De acordo com Flavia Palacios, CEO da Opea, a operação de aquisição dobra o tamanho da empresa em número de pessoas e faturamento, além de incorporar estratégias complementares para o negócio.

“Enquanto a Opea tem uma operação majoritariamente concentrada no imobiliário, a Planeta vem complementar com uma operação bastante robusta no agronegócio, por exemplo”.

A CEO ainda explica que a Opea pretende tomar as operações de securitizações financeiras dos dois lados para fortalecer o segmento, além de aproveitar a sinergia nas partes de sistemas e tecnologia que devem ser unificadas.

“Neste primeiro momento, as duas companhias seguem de maneira 100% independente com os times que já estão dedicados. Haverá CRIs e CRAs emitidos pelas duas casas em um primeiro momento”.

Felipe Ribeiro, especialista no tema e autor do Livro "Guia Definitivo para entender FII de CRI" já atuou nas duas companhias. Ele afirma que a transação leva a Opea e a Planeta a deterem 29,8% do volume total de emissões ativas no mercado de securitização. Isso representa um volume de R$ 42 bilhões.

“Com esta aquisição, a Opea passa a ser a maior securitizadora do mercado em operações ativas emitidas”.

Ribeiro explica que a maior concorrente no mercado, a Virgo, ficou em segundo lugar no mercado em volume, com R$ 38 bilhões, mas ainda está em primeiro para a quantidade de emissões.

“A Virgo ainda é a primeira em quantidade com 19,44% contra 18,42% da Opea”.

O especialista ainda diz que este movimento de fusões já havia sido antecipado por agência de classificação de risco há alguns anos. Ele acredita que o impacto no mercado é positivo.

“O processo de securitização é muito específico e difícil de ser feito, e se muitas companhias tentam entrar, poderão surgir securitizadoras muito pequenas que não têm sistemas e pessoas treinadas adequadamente para fazer o acompanhamento das operações”, conclui.