Taxa de vacância de 12% é sinal de equilíbrio em mercados imobiliários consolidados
No setor imobiliário, vacância controlada em 12% garante previsibilidade ao investidor e espaço para expansão das empresas

No mercado imobiliário, a taxa de vacância funciona como um termômetro da saúde do setor. Longe de ser apenas um número que mede espaços vazios, ela traduz a flexibilidade e a capacidade de adaptação de um segmento que precisa estar sempre pronto para receber novas demandas sem perder eficiência. Em um jogo de equilíbrio delicado, níveis muito baixos de vacância podem gerar escassez e pressionar os preços dos aluguéis, enquanto patamares excessivamente altos indicam excesso de oferta e fragilidade da absorção.
É nesse cenário que um índice em torno de 12% costuma ser apontado como saudável para mercados consolidados: nem falta de espaço, nem sobra em demasia, mas um ponto de estabilidade que garante movimento constante.
A lógica é que, nesse patamar, há margem suficiente para que empresas em expansão ou em busca de relocação encontrem opções disponíveis, sem que os proprietários precisem reduzir drasticamente os valores de aluguel para fechar contratos.
Ao mesmo tempo, a vacância de 12% evita que a escassez de espaços pressione os preços de forma insustentável, afastando potenciais inquilinos. Em outras palavras, trata-se de um ponto de equilíbrio que preserva a liquidez dos imóveis, garante previsibilidade aos investidores e mantém a dinâmica natural entre oferta e demanda.
Esse raciocínio é reforçado por Giancarlo Nicastro, CEO da SiiLA, que define a faixa entre 12% e 15% como a zona de equilíbrio do mercado. "Abaixo de 12%, o proprietário ganha força para subir preços, já que há pouca oferta e o inquilino não encontra alternativas. É a lei da oferta e da procura", explica.
Por: Siila
Nesse cenário, aumentos expressivos em renovações de contrato se tornam mais comuns, especialmente em regiões consolidadas, como o mercado de condomínios logísticos de São Paulo. Por outro lado, quando a vacância supera 15%, a balança se inclina para os inquilinos.
"O locatário passa a negociar carências maiores, descontos e até a cobertura de custos de mudança, porque o proprietário sabe que imóvel vazio é imóvel caro", acrescenta.
Entre esses dois extremos, completa, o mercado opera de maneira mais previsível, com incentivos dentro do padrão e valores próximos ao de referência. Isso também pode ser visto na Faria Lima, quanto menor a vacância, maiores são os valores transacionados.
Na prática, esse equilíbrio é o que garante a atratividade de mercados consolidados. Com vacância controlada, os proprietários têm segurança para planejar investimentos de longo prazo, enquanto os ocupantes encontram alternativas que atendem suas necessidades sem correr o risco de pagar acima do valor de mercado.
Esse jogo de forças faz da vacância de 12% não um sinal de ociosidade, mas um indicador de que o setor opera em uma zona de estabilidade - condição essencial para manter o dinamismo do mercado imobiliário no Brasil.