Super JK está chegando e deve ampliar oferta de escritórios
Projeto da GTIS prevê torres de uso misto em terreno do antigo Extra

Grandes terrenos estão cada vez mais raros dentro da cidade de São Paulo. Na região da avenida Juscelino Kubitschek, cada metro quadrado conta – e a GTIS decidiu aproveitar essa escassez para lançar um novo projeto. Ainda cercado de mistério, o empreendimento vem sendo chamado de Super JK e promete ser um dos maiores complexos multiuso da capital.
Nos moldes de projetos como Parque da Cidade e Rochaverá, o Super JK ocupará o antigo terreno do Supermercado Extra, com cerca de 16,8 mil m². Segundo documentos apresentados para aprovação, o complexo reunirá torres comerciais, residenciais, hoteleiras e de serviços, além de áreas de lazer e conveniência.
A GTIS classifica a iniciativa como um dos empreendimentos imobiliários mais relevantes dos últimos anos na cidade. O projeto prevê 56,8 mil m² destinados a escritórios, 3,3 mil m² para comércio de grande porte e quase 1 mil m² para serviços pessoais e de saúde.
Impactos regionais
Por SiiLA
Um projeto do porte do Super JK tende a mexer na dinâmica da região. Estudos apresentados pela própria GTIS estimam que o volume de tráfego nos horários de pico poderá crescer até 30%, sobretudo em corredores já congestionados, como as avenidas JK e Faria Lima.
Embora o projeto inclua medidas mitigadoras - como alargamento de acessos, semáforos inteligentes, bicicletários e áreas exclusivas de carga e descarga —, a ampla oferta de vagas de estacionamento reforça a dependência do automóvel, o que levanta dúvidas sobre a real eficácia das intervenções.
Do ponto de vista ambiental, há atenção para a impermeabilização do solo, geração de resíduos e poluição sonora durante as obras. Para reduzir esses efeitos, o empreendimento prevê soluções sustentáveis, como sistemas de drenagem e reuso de água, fachadas de alta eficiência energética e implantação de áreas verdes. Além disso, o Super JK reacende o debate sobre gentrificação e pressão imobiliária. A valorização esperada pode elevar preços de imóveis e serviços, redefinindo o perfil socioeconômico do entorno.
A região da JK
Dados do Market Analytics da SiiLA mostram que, atualmente, o eixo da JK concentra 309 mil m² de edifícios corporativos de padrão A+ e A, com taxa de vacância média de apenas 4%. O novo ativo entrará em competição com empreendimentos como JK Square, Corporate Park e JK Financial Center. O valor de mercado médio da região é de R$ 260,78/m². A oferta de novos espaços corporativos na JK é limitada. Antes do JK Square, entregue em 2024, o último lançamento relevante havia ocorrido em 2016, com o JK 180 e a torre sul do São Paulo Corporate Towers.