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    Securitização é chave para o crédito no Brasil, diz CEO da Opea

    Em entrevista ao Clube FII, Flávia Palacios detalha a evolução do mercado, os desafios da padronização e o futuro do setor

    Por ClubeFII
    segunda-feira, 4 de agosto de 2025 Atualizado ontem

    A ampliação qualitativa e quantitativa do crédito no Brasil, fundamental para o desenvolvimento socioeconômico do país, passa necessariamente pela consolidação do mercado de securitização. Essa é a visão de Flávia Palacios, CEO da Opea, uma das principais plataformas de produtos e serviços para o mercado de crédito estruturado. Em entrevista exclusiva, a executiva, que construiu sua carreira de estagiária a CEO na mesma empresa, discutiu a evolução, os desafios e o futuro de um setor que se tornou pilar para o mercado de capitais brasileiro. Você pode assistir o vídeo completo disponível no canal do Clube FII no YouTube clicando aqui.

     

    Palacios, que participou ativamente da regulamentação do setor, explicou de forma didática o conceito de securitização, usando uma analogia sobre a compra de uma espada para seu filho. "Eu vou comprar sua espada agora, então eu vou te dar os 50 reais. Em compensação, nos próximos 10 meses, você não vai receber mais nada", ilustrou, traduzindo a antecipação de recebíveis para uma linguagem simples. Esse mecanismo, segundo ela, é o que permite que empresas de diversos setores, do imobiliário ao agronegócio, financiem suas operações e crescimento.

     

    Securitização é chave para o crédito no Brasil, diz CEO da Opea

     

    A executiva relembrou o início do mercado, quando uma operação de securitização podia levar mais de um ano para ser concluída, e o contrastou com a agilidade atual, impulsionada pela tecnologia. A trajetória da própria Opea, que nasceu como Rio Bravo Securitizadora, depois virou ARB Capital e hoje é um hub de serviços, espelha a maturação da indústria. "A gente entendeu que esse mercado, da forma como ele estava evoluindo, ele carecia de infraestrutura e de serviço", afirmou, destacando a migração do foco da empresa para se tornar um ecossistema completo para o crédito estruturado.

     

    Apesar da evolução, um dos maiores entraves para a indústria atingir seu pleno potencial é a falta de padronização. "Enquanto para cada transação eu trato como uma única e especial, ao invés de mais uma de uma série, isso ainda é um entrave", pontuou Palacios. Segundo ela, a customização excessiva de cada operação gera custos maiores e complexidade para os investidores, dificultando a escalabilidade. A solução, para ela, é uma questão de tempo e maturidade, à medida que os agentes de mercado compreendam os benefícios da padronização em termos de eficiência e custo.

     

    Sobre a complexidade das operações, Palacios destacou o papel fundamental dos gestores de fundos de CRI e FIAGRO. Eles atuam como um time de especialistas que fazem a curadoria e a análise de ativos mais complexos, que seriam inviáveis para o investidor pessoa física analisar diretamente. "Eu vejo como fundamental para o crescimento da indústria", ressaltou. Ao ser questionada sobre a recorrente discussão da tributação dos CRIs e CRAs, ela defendeu que, em vez de mudanças abruptas, o ideal seria um plano de transição de longo prazo. "A coisa tinha que ser mais pensada numa visão de mais longo prazo", comentou.

     

    Olhando para o futuro, Flávia Palacios revelou que a Opea está investindo em tecnologia blockchain, não para criar tokens concorrentes, mas para usá-la como infraestrutura para dar mais eficiência e transparência à esteira de securitização. "A gente está olhando para o blockchain no meio, como uma metodologia de eficiência", explicou. Ao final, aconselhou os jovens profissionais a terem paciência, focarem em um crescimento consistente e valorizarem o aprendizado contínuo, em vez de buscarem atalhos e "dicas rápidas".


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