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    Nod - A fala mansa e afiada do mercado de Fundos Imobiliários

    O educador financeiro Nathan Octavio é youtuber desde antes desta profissão existir. Conheça a história de um dos pioneiros na educação para Fundos Imobiliários

    Por Luciene Miranda
    terça-feira, 28 de março de 2023 Atualizado

    Ele tem um jeito peculiar de conversar com os investidores.

     

    Sim, as lives com o Nathan Octavio, ou simplesmente Nod como é conhecido no mercado financeiro, são mais uma conversa com os espectadores do que aulas sobre investimentos ou dicas de finanças em tom professoral.

     

    Nod - A fala mansa e afiada do mercado de Fundos Imobiliários
    Contexto diferente do conhecido no mercado de Fundos Imobiliários: Nod em viagem a Machu Picchu, em 2019. (Foto: Arquivo pessoal)

     

    O exercício de falar de maneira simples vem da carreira de uma vida no ‘front’ do Banco do Brasil, ou seja, no atendimento ao público.

     

    Carioca da gema, como dizem dos nascidos na capital fluminense, Nod seguiu a tradição da família ao ingressar no serviço público bancário.

     

    No entanto, a vocação de orador falou alto para o bacharel – não em ciências exatas – mas em Letras, quando foi convidado para participar das lives na internet, anos antes da febre deste tipo de comunicação a partir da pandemia.

     

    Nod é youtuber desde antes desta profissão existir. Primeiro, ao falar de ações e, depois, canalizando esforços desde 2015 para um promissor tipo de investimento que aliava dois tipos de mercado - o financeiro e o imobiliário – com os Fundos Imobiliários.

     

    Acompanhe a entrevista completa ao Clube FII News.

     

     

    Clube FII News (CFN): Fale-nos sobre esta sua surpreendente formação na área de Humanas.

     

    Nathan Octavio (Nod): Não sou formado em números e, sim, em Letras. Essa é minha praia. Sempre fui chegado à língua estrangeira. Desde os 8 anos de idade, estudei inglês. Dei aulas de inglês e espanhol na adolescência e foi o que me levou à faculdade de Letras.

     

    Mas eu tenho vários bancários na família. Meu pai, meu padrinho e minha madrinha eram funcionários do Banco do Brasil. Quando abriu o concurso, eu não queria fazer. Meu pai não queria que eu fizesse, mas mamãe que mandava e me obrigou a fazer o concurso aos 18 anos. Entrei no banco aos 19 anos. Trabalhava no banco de dia e estudava Letras à noite. E lá se vão mais de 18 anos de BB.

     

     

    CFN: Você acha que é uma cultura carioca a busca pela estabilidade por meio do serviço público?

     

    Nod: Isso é bastante forte e, talvez por morar aqui, eu consiga justificar isso. O Rio de Janeiro foi a capital do país durante muitos anos e, até hoje, a gente tem estruturas federais como a Biblioteca Nacional, o Itamaraty e o Senado que ficaram aqui por muito tempo, apesar da mudança da capital para Brasília. O Rio é o estado que mais tem funcionários públicos ativos e aposentados por esse resquício. Gera essa cultura. Todo mundo tem um parente que é funcionário de alguma estrutura municipal, estadual ou federal.

     

    E não só o funcionário de instituição pública porque eu sou da economia mista, por exemplo. O estado do Rio era muito importante para o Banco do Brasil. Existiam muitas vagas e concursos aqui. Hoje já não tem tanto devido à descentralização e digitalização.

     

    Nosso histórico de termos sido capital por muito tempo – e deixado de ser há pouco tempo – traz esse DNA.

     

    Primeiro curso presencial organizado pelo Clube FII em julho de 2019, na cidade de São Paulo, em que Nod foi o professor.  (Foto: Arquivo pessoal)

     

     

    CFN: Como foi o seu aprendizado sobre mercado financeiro?

     

    Nod: No banco, comecei a aprender um pouco mais sobre mercado financeiro. Mas, em casa, o assunto era corriqueiro. Banco era o assunto na mesa de jantar.

     

     

    CFN: Como foi sua percepção quando entrou no banco?

     

    Nod: Acho que, como tudo na vida, tem dias em que você está mais ou menos animado. No geral, eu gosto.

     

    Antes de entrar no banco, eu fazia duas faculdades porque havia passado em Letras e Química. Tranquei Química ao passar no concurso.

     

    A primeira entrevista na vida do Nod foi ao Arthur Vieira de Moraes, sócio-diretor do Clube FII, em dezembro de 2016: "Ele também estava começando com os programas ainda na Infomoney".  (Foto: Arquivo pessoal) 

     

    Logo no meu comecinho de banco, ouvi falar pela primeira vez em Fundo Imobiliário. Foi quando o banco criou um FII, o BBFI – não confundam com o BBPO que veio muito depois. Para mim, fazia muito sentido porque o fundo era dono de dois imóveis: um na cidade a poucos quarteirões da agência onde eu trabalhava, o Centro Administrativo do Rio de Janeiro - o CARJ – no bairro do Andaraí. Um imóvel com centenas de funcionários e onde acontecia a compensação de cheques. Era a tesouraria central do Banco do Brasil. Eu pensei: “O banco vai ficar como inquilino desses prédios? A ideia não é ruim”.

     

    Eu me interessei e minha primeira compra de Fundo Imobiliário foi em 2009. Tenho certeza de que 97% dos leitores não estavam neste mercado quando eu estava comprando um Fundo Imobiliário.

     

    Acho que todo mundo tende a se fascinar com imóveis próximos ou que fazem sentido para a vida da pessoa. Vou dar um exemplo: consegui convencer minha mãe a investir em Fundos Imobiliários ao falar que o shopping que ela frequentava tinha sido comprado por um Fundo Imobiliário.

     

     

    CFN: Como foi o início do trabalho educativo no mercado de Fundos Imobiliários?

     

    Nod: Pesquisando sobre investimentos, comecei a frequentar vários fóruns e sites diferentes. Eu pesquisava e aprendia. Aí, esbarrei no site Bastter.com em 2010 e, nos vários fóruns que tem lá dentro, um deles de Fundos Imobiliários onde quem moderava na época era o André Bacci que até hoje está no mercado.

     

     

    CFN: Foi no atendimento a clientes que você desenvolveu essa facilidade de explicar as coisas, além da sua formação em humanas?

     

    Nod: Um conjunto de fatores. Dou aula desde a pré-adolescência. Eu sempre tive notas boas na maioria das matérias e meus colegas iam lá pra casa para tirar dúvida ou a gente se juntava na casa de alguém, pedia uma pizza, e estudava para a prova. Por isso, eu sempre ensinei de alguma forma. Depois, comecei a dar aula de inglês e espanhol. Entrei na faculdade e aí tive um arcabouço de disciplinas de didática. E, claro, no banco, atendendo clientes de todos os tipos, você vai treinando, aperfeiçoando e definindo o seu estilo.

     

    Nod: "E eu tenho essa ideia de que a obrigação é minha de explicar e não da pessoa entender. Se a pessoa não entendeu, a culpa é minha. Eu me coloco essa responsabilidade".  (Foto: Arquivo pessoal) 

     

     

    E eu tenho essa ideia de que a obrigação é minha de explicar e não da pessoa entender. Se a pessoa não entendeu, a culpa é minha. Eu me coloco essa responsabilidade e ter certeza de que estou sendo claro. Ainda que eu seja criticado por ser repetitivo e prolixo. Em lives para iniciantes, eu prefiro pecar pelo excesso de exemplos e repetições do que atropelar.

     

     

    CFN: O que representa Fundo Imobiliário na sua vida pessoal. Quando você viu que o Fundo Imobiliário seria um diferencial para suas finanças?

     

    Nod: Comecei a trabalhar nisso por acidente. Eu interagia no site do Bastter como usuário e a galera gostava de mim e das minhas opiniões. Quando o André Bacci saiu da Bastter, o próprio Bastter me contatou com o convite para cuidar da parte de Fundos Imobiliários com os cursos.

     

    Aí veio o apelido Nod, que não é de infância. Ele é artificial e criado para interagir no site com o cuidado de não expor minha ocupação no banco. Na minha família ou no trabalho, ninguém me chama pelo apelido. Nod é um personagem do mercado e da educação financeira. Eu fazia as lives à noite em casa onde morava com minha esposa e ainda ganhava uns trocadinhos.

     

     

    CFN: Como foi o encontro com o Clube FII?

     

    Nod: Meu primeiro contato com o Rodrigo Cardoso de Castro – fundador e CEO do Clube FII – surgiu em uma conversa de grupo de Whatsapp. Existe um grupo mais antigo com vários profissionais do mercado de Fundos Imobiliários, entre educadores, analistas e gestores. Comecei, então, a dar umas sugestões para o Rodrigo. Não houve nenhum tipo de apresentação formal.

     

    Na época, o Rodrigo tinha acabado de começar o programa de entrevistas com o Otuki – Thiago Otuki, economista do Clube FII. No dia 7 de maio de 2023, serão 5 anos desde que fiz a minha primeira live para o Clube FII.

     

    Só fui conhecer pessoalmente o Rodrigo cerca de um ano depois. O mesmo com o Otuki. Depois, acabei saindo do site da Bastter e fiquei só com o Clube FII.

     

    Com a criação do Clube FII News, o Rodrigo voltou a conversar comigo para um conteúdo semanal sobre FIIs. Faço um artigo sobre o comportamento do IFIX, o índice da B3 para Fundos Imobiliários.

     

    Em seguida, começamos um trabalho de atendimento à imprensa com conteúdo de análise sobre o mercado. Isso porque, apesar da indústria já ter mais de 2 milhões de investidores, ainda é desconhecida de muita gente.

     

    O intuito também é ajudar o jornalista que ainda não está familiarizado com o mercado de Fundos Imobiliários. Afinal, eu brinco que, quando cheguei em 2009, isso aqui era tudo mato.


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