Felipe Ribeiro fala sobre a blindagem dos FIIs de recebíveis
Em entrevista no estúdio do Clube FII no Fórum GRI 2021, o sócio e gestor da Quatá Imob falou de seu livro e também sobre como está o segmento de fundos de Certificados de Recebíveis Imobiliários

Felipe Ribeiro, sócio e gestor da Quatá Imob, participou da série de entrevistas gravadas no estúdio do Clube FII no Fórum GRI 2021, no Transamérica Expo Center.
Quem conduziu a entrevista foi Thiago Otuki, economista do Clube FII, que começou a conversa perguntando sobre o livro de Felipe Ribeiro, o ‘Guia Definitivo para entender FII de CRI: Fundos Imobiliários de Certificados de Recebíveis Imobiliários’.
“É um livro acessível para todos os investidores?”, questionou Otuki.
“Este é o objetivo. O Livro é quase como se fosse uma apostila de escola porque apresenta o conceito e joga perguntas para os gestores, administradores e investidores pensarem se estão muito concentrados e investindo adequadamente. O objetivo é passar o poder para os investidores pessoa física para que entendam quais são os riscos e as características deste tipo de fundo que é muito diferente e único”, explicou.
Ribeiro ainda detalhou que o livro trata de inflação e de como um CRI influencia em outro na hora da distribuição.
Otuki completou que o livro também tem uma parte não tão intuitiva sobre como entender um FII de shopping ou de galpão logístico.
“No livro, eu apresento os conceitos com várias analogias e exemplos reais em paralelo com os fundos de CRI. Estou muito feliz porque consegui lançá-lo junto com a chegada do filho e de um fundo novo, e a ideia é ser realmente um manual para as pessoas conseguirem analisar, pensar e mandar as perguntas. O dinheiro é do cotista, o gestor é apenas uma pessoa que está gerindo este dinheiro. Quem é o dono? Quem é o patrão? É o investidor cotista”, esclarece Ribeiro.
Thiago Otuki lançou uma pergunta provocativa: “Não existe cenário ruim para os fundos de recebíveis que têm performance com juros em queda ou em alta?”
Ribeiro respondeu: “Um fundo de recebível ou fundo de CRI tem a possibilidade de ser um dos fundos mais resilientes pelos vários níveis de diversificação que pode ter. O que pode acontecer é uma alta concentração em determinado setor, em algum determinado tipo de CRI, e isso sim com uma gestão que não acompanha tão de perto pode gerar problemas”, afirmou.
Felipe Ribeiro continuou: “Se um CRI na carteira der problema, é apenas 1%, pode machucar, mas vai machucar menos. Agora, se tiver um CRI que signifique 10%, ou um setor que tiver 10% de CRI, se aquele setor for penalizado, a possibilidade de um viés negativo dentro do fundo existe”, explicou.
“Por isso, eu falo no livro e nas lives em que participo e sou um grande defensor disso: ter mega ultra pulverização em todos os aspectos: securitizadora, setor, segmento, período em que o CRI foi comprado, tempo de vencimento do CRI, geográfico e tantas outras possibilidades”.
O especialista deu como exemplo a compra de um CRI só de Valinhos, a cidade onde ele mora. Se, de repente, houver um problema na cidade, o investidor ficou com o risco da cidade.
“Então, é necessário ter uma diversificação geográfica também. A diversificação possibilita uma defesa maior, como aconteceu na pandemia, em que os fundos sofreram, mas os fundos de CRI quase não sofreram. Os gestores e as securitizadoras trabalharam muito para tornar o impacto imperceptível aos investidores e isso é ótimo”, afirmou Ribeiro.
“Sou um defensor desta classe e acredito que, se bem administrado e bem gerido, realmente, não tem tempo ruim para ele”, concluiu.
Quer assistir ao vídeo com a íntegra desta entrevista? Acesse o canal do Clube FII no Youtube.