Daniel Nigri sugere setores com potencial de rentabilidade em FIIs
Em mais uma entrevista da série do Clube FII no Fórum GRI 2021, Daniel Nigri fala sobre os fundos de recebíveis imobiliários, fundos de shopping centers e de varejo

Daniel Nigri, sócio e analista do Dica de Hoje Research, foi um dos convidados para participação no estúdio de TV do Clube FII montado no Fórum GRI 2021. O especialista deu entrevista a Thiago Otuki, economista do Clube FII, que iniciou o bate-papo perguntando se ainda é momento para investimentos em fundos de recebíveis imobiliários. LEIA TAMBÉM: Série de entrevistas do Clube FII no Fórum GRII 2021 estreia no Youtube www.clubefiinews.com.br/artigos/serie-de-entrevistas-do-clube-fii-no-forum-grii-2021-estreia-no-youtube Para Nigri, a primeira coisa que é necessário ter em mente na hora de comprar qualquer ativo é sempre buscar o melhor preço. “Se seis ou sete meses atrás, você tinha um ativo 15% ou 20% mais caro e hoje você tem um preço 15% ou 20% mais barato, a pessoa não deveria pensar se ainda é o momento para investir em alguma coisa, mas pensar que sim, é um bom momento para se investir”, explica.
No entanto, Nigri ponderou que o dinheiro das pessoas não é infinito e isso exige uma escolha certa. “A pessoa deve sim investir em fundos de recebíveis imobiliários porque estão com preço menor, yield maior pontualmente que depois deve voltar para o padrão, mas com percentual menor do que no ano passado, quando o cenário era de início de alta na bolsa”. O especialista lembrou de uma projeção feita em abril de 2020 em conjunto com o Clube FII. “O setor pegou estes 18 meses de alta da inflação e, agora, uma mudança nesse percentual vai reduzir um pouco os fundos imobiliários de recebíveis”.
Otuki perguntou sobre os fundos imobiliários chamados “de tijolo” - focados em imóveis físicos – e qual seria, entre eles, o segmento mais atrativo. Para Nigri, o setor de fundos de tijolo está muito atrativo por causa do custo de reposição devido ao aumento do custo de construção, além da queda de valor. “Para o final do ano, a gente vai ter uma reavaliação destes valores, mesmo com a alta dos juros, de laudos de avaliação para cima, levando fundos a preços de valor patrimonial menores ainda. Então, é um bom momento”, afirmou. Nigri considera como alternativas mais interessantes os fundos com potencial de crescimento não necessariamente do valor da cota, mas dos resultados a longo prazo. “Eu gosto de fundos de shoppings porque acredito que a gente vai voltar a ver um crescimento das vendas.
A gente sempre teve um crescimento real e shoppings sempre trabalharam com prêmios em relação às outras classes, o que a gente não vê hoje”, explica. De acordo com a análise de Nigri, quando a curva do prêmio oferecido pelo setor de shoppings ‘fechar’, “haverá uma valorização mais expressiva, além de um aumento maior do que a inflação”, projeta. Outro segmento sugerido por Nigri é o de varejo, ainda novo e com poucos fundos imobiliários. “Muitos fundos de varejo têm imóveis locados para grandes empresas de hipermercados e vejo muito potencial nos terrenos”, relata. Para o especialista, há potencial de curto prazo no caso da inflação ficar alta e o investidor continuar a ganhar dinheiro no contrato atípico e uma renovação forte. “No longo prazo, quando temos contratos menores de 10, 15 anos, a gente tem terrenos que, muito provavelmente, vão acabar se valorizando muito”, complementou.