Clube FII News News

Notícias para o investidor de fundos imobiliários

    Conheça o Clube FII

    Conheça o Clube FII

    Entrevistas

    BINC11: Gestão ativa, riscos em energia e recompra de cotas

    Gestores da Bradesco Asset detalham como a reciclagem de portfólio gera alfa e analisam o risco de 'curtailment' no setor elétrico

    Por ClubeFII
    terça-feira, 11 de novembro de 2025 Atualizado 4 dias atrás

    Em entrevista ao Clube FII, os gestores Rafael Gruner e Guilherme Guntovitch, da Bradesco Asset, detalharam a estratégia de gestão ativa do fundo de infraestrutura Bradesco FI-Infra (BINC11), os motivos por trás das recentes distribuições elevadas e os riscos setoriais monitorados pela equipe, como o fenômeno do 'curtailment' no setor de energia. Você pode assistir ao vídeo completo disponível no canal do Clube FII no YouTube clicando aqui.

     

    BINC11: Gestão ativa, riscos em energia e recompra de cotas
    Felipe Ribeiro e Danilo Barbosa recebem Rafael Gruner e Guilherme Guntovitch, gestores da Bradesco Asset

     

    Felipe Ribeiro e Danilo Barbosa, do Clube FII, receberam os especialistas para discutir o panorama do mercado de crédito e o universo dos FI-Infras. Rafael Gruner iniciou a conversa abordando os recentes eventos de crédito no mercado doméstico, como os casos de Ambipar, Braskem e Raízen, destacando que, diferentemente do episódio da Americanas, os impactos foram pontuais e não geraram uma abertura generalizada dos spreads. Segundo ele, a Bradesco Asset possuía baixa exposição a esses nomes, o que permitiu à equipe focar na análise de novas oportunidades com maior seletividade. "A gente observa uma correção de preços, mas foi bastante marginal".

     

    Guilherme Guntovitch, gestor responsável pelos fundos de infraestrutura na asset, explicou a estratégia de alocação do BINC11. Embora o fundo apresente uma concentração nos setores de rodovias e saneamento, que juntos somam 50% da carteira, ele é diversificado em dezenas de ativos distintos. Essa concentração, segundo o gestor, reflete as oportunidades geradas por leilões recentes e pelo marco do saneamento, que ofereceram um risco-retorno mais atrativo. "A gente identificou em rodovias uma oportunidade de spread melhor".  Ele ressaltou que a geração de resultados do BINC11 vem de duas fontes principais: o carrego dos ativos (juros) e o ganho de capital obtido pela marcação a mercado (MTM), fruto da gestão ativa que recicla o portfólio, vendendo projetos que já se valorizaram para investir em novas oportunidades com taxas mais elevadas.

     

    Um dos pontos altos da discussão foi a análise aprofundada sobre os riscos no setor de energia, considerado por muitos como um porto seguro. Guilherme alertou para o 'curtailment', um corte forçado na geração de energia de fontes renováveis, como solar e eólica, devido ao congestionamento das linhas de transmissão. Esse fenômeno, que pode reduzir a geração de uma usina em até 70%, impacta diretamente a receita dos projetos. A equipe do BINC11, por meio de uma diligência rigorosa, tem evitado ativos com essa exposição, preferindo projetos com menor risco, como uma usina de geração distribuída em São Paulo, onde o sistema é menos sobrecarregado.

     

    Ao final, os gestores comentaram sobre a nova estratégia de recompra de cotas, recém-aprovada em assembleia, mecanismo que permite ao fundo comprar suas próprias cotas no mercado secundário quando o preço estiver abaixo do valor patrimonial. Essa operação, explicou Guntovitch, gera um ganho imediato para os cotistas remanescentes, pois o fundo adquire um ativo (sua própria cota) com desconto, além de fornecer suporte à liquidez do papel, sendo mais uma ferramenta de gestão ativa que visa proteger e gerar valor para o investidor do BINC11.


    mais notícias semelhantes
    O Clube FII preza pela qualidade do conteúdo e verifica as informações publicadas, ressaltando que não faz qualquer tipo de recomendação de investimento, não se responsabilizando por perdas, danos (diretos, indiretos e incidentais), custos e lucros cessantes.