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    Fundo HGBS11 pede convocação de assembleia para caso SYN no ABCP11

    Administradora Rio Bravo acata pedido de AGE do Fundo Imobiliário Hedge Brasil Shopping, cotista do FII Grand Plaza Shopping, após acordo para resolver embate com ex-Cyrela que se arrasta desde 2020

    Por Luciene Miranda
    quarta-feira, 7 de dezembro de 2022 Atualizado

    A administradora Rio Bravo acatou o pedido do Fundo Imobiliário Hedge Brasil Shopping (HGBS11), detentor de mais de 5% de cotas do FII Grand Plaza Shopping (ABCP11), para a convocação de uma assembleia geral extraordinária (AGE) - na forma de consulta formal aos cotistas - para a votação da cisão parcial do único ativo do fundo, o Gran Plaza Shopping em Santo André, na grande São Paulo, em favor de um novo fundo fechado detido pela empresa do ramo imobiliário SYN, ex-Cyrela.

     

    O pedido de AGE veio após um acordo com a administradora, de acordo com fontes da Rio Bravo. O acervo que passará pela cisão para compor o novo fundo SYN vai representar 61,41% do patrimônio do ABCP11 na data-base de 29 de dezembro de 2022, caso a proposta seja aprovada pelos cotistas. 

     

    Fundo HGBS11 pede convocação de assembleia para caso SYN no ABCP11

     

    Um embate jurídico entre ABCP11 e a SYN (antiga parceira do FII) ocorre desde 2020, quando a empresa havia se oposto aos planos de cisão do fundo para uma adaptação às normas da Receita Federal após uma autuação contra o FII.

     

    A Receita Federal alegou que o ABCP11 deveria ser tributado como pessoa jurídica, em vez de continuar com o benefício da isenção fiscal dos Fundos Imobiliários.

     

    De acordo com o comunicado sobre a AGE divulgado na noite desta terça-feira (6), a parcela cindida representa o total da participação da cotista Syn Prop e Tech no fundo e será vertida para o novo fundo SYN constituído sob a forma de condomínio fechado.

     

    Com a cisão parcial de parte do patrimônio para o fundo SYN, o patrimônio remanescente do ABCP11 será reduzido à fração de 38,59% do patrimônio na data-base.

     

    Ao final do procedimento, serão conferidas à SYN cotas de emissão do fundo SYN.

     

    De acordo com Anita Scal, sócia e diretora de Investimentos Imobiliários da Rio Bravo, os votos dos cotistas serão recebidos até o dia 21 de dezembro. O prazo de implementação - em caso de aprovação - é no dia 29 de dezembro.

     

    "Na parte do Carf - Conselho Administrativo de Recursos Fiscais - a gente não teve julgamento, mas esta consulta formal deve por fim à disputa na justiça".

     

    Isabela Perez, diretora de Relações com Investidores e Comunicação da Rio Bravo, afirma que a cisão ocorreria a qualquer momento.

     

    "Eles já estavam liberados para chamar isso. O acordo foi um jeito da gente conseguir amarrar garantias, já que eles são majoritários e conseguem aprovar qualquer coisa com o voto absoluto. Foi um jeito de tentar trazer um modelo que caberia a eles, mas com garantias para os cotistas pulverizados".

     

    A cisão parcial estará sujeita a condições suspensivas, como a contratação pela SYN da administradora fiduciária do fundo SYN, obtenção do ofício de constituição e funcionamento do fundo SYN perante a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), além da celebração entre SYN, fundo SYN e ABCP11 de contrato para as cotas detidas pela SYN no fundo SYN terem alienação fiduciária em montante suficiente para garantir contingências proporcionais à atual participação da SYN no ABCP11.

     

    Uma alternativa à alienação fiduciária seria um seguro garantia ou fiança bancária, a exclusivo critério da SYN, emitido por seguradora ou instituição financeira com rating mínimo AA+, segundo classificação das agências S&P, Fitch ou Moody’s.

     

    Este seguro garantia deverá ser suficiente para cobrir tanto o pagamento proporcional pelo fundo SYN dos débitos com os autos de infração contra o ABCP11 no processo de controvérsia tributária, quanto o pagamento de débitos atribuídos ao fundo referentes a qualquer outra demanda da Receita Federal anterior à implementação da cisão parcial.

     

    O acordo também determinou o envio à CVM pela Rio Bravo de pedido de autorização para que o ABCP11 constitua garantia de alienação fiduciária sobre a parte de sua fração ideal detida no imóvel de 38,5% em favor da SYN, como garantia da obrigação do fundo de pagamento da sua parcela das contingências.

     

    Outra condição levada à votação dos cotistas do ABCP11 é o fundo pagar o Imposto de Transmissão de Bens Imóveis (ITBI) devido sobre a transferência de titularidade da fração ideal do imóvel, além de emolumentos proporcionais à fração ideal do imóvel remanescente.

     

    O HGBS11 ainda solicitou que o ABCP11 outorgue a alienação fiduciária do imóvel à mesma maneira da alienação fiduciária SYN, conforme a solicitação a ser encaminhada pela Rio Bravo à CVM.

     

    Caso a CVM não autorize o fundo a prestar a garantia, ficaria aprovado que o fundo representado pelo administrador se comprometeria a não alienar, direta ou indiretamente, o percentual de 38,5% da fração ideal detida no imóvel, nem realizar amortizações de cotas, de forma a tornar o patrimônio líquido insuficiente para o pagamento da parcela devida das perdas e despesas decorrentes das contingências até que sejam resolvidas.

     

    Uma última condição do solicitante da AGE é a aprovação do pagamento pelo ABCP11 dos custos com a convocação da consulta formal, além do pedido de procuração de voto ser disponibilizado nas páginas do ABCP11, da CVM e da B3 na internet.

     

    A gestão do HGBS11 preferiu não se manifestar nesta reportagem. 

     

    De acordo com Thales Paiva, sócio responsável pela Área Jurídica da Rio Bravo, a ação na justiça ser encerrada logo após o resultado da consulta formal. 

     

    "Após a aprovação e implementação da cisão, as partes devem solicitar a extinção do processo".


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