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    FMOF11, primeiro FII do Brasil, caminha para encerramento

    Com a venda de seu único ativo, Edifício Memorial Office, a transação representa “fim de uma era”

    Por ClubeFII
    terça-feira, 21 de outubro de 2025 Atualizado 2 dias atrás

    O Memorial Office (FMOF11), o primeiro Fundo de Investimento Imobiliário (FII) do Brasil, vai encerrar suas atividades após quase 30 anos de história. Com a venda de seu único ativo, o fundo entra agora em fase de liquidação, com devolução de valores aos investidores, com amortização parcial de R$ 32,70 por cota marcada para o mês de novembro. Em 10 de outubro, o FII informou a conclusão da venda do Edifício Memorial Office Building, localizado na Rua Júlio Gonzáles, 132, na Barra Funda, em São Paulo (SP), pelo valor total de R$ 44,5 milhões.

     

    FMOF11, primeiro FII do Brasil, caminha para encerramento

     

    O anúncio representa o fim de uma era, segundo Danilo Barbosa, Head de Research do Clube FII. “Criado em 1996 e iniciado em 1997, o fundo nasceu para construir e alugar o Edifício Memorial Office, um prédio de alto padrão na Barra Funda região estratégica, com acesso ao metrô, trens e principais vias de São Paulo”.

     

    Na época, o fundo foi constituído sob a forma de condomínio fechado com prazo indeterminado de duração, com o objetivo captar recursos junto ao público investidor para incorporar o Memorial Office, considerado um ativo com localização privilegiada. No último relatório gerencial, divulgado em junho, o fundo indicava um patrimônio líquido de quase R$ 59 milhões.

     

    O fundo foi criado apenas quatro anos após a criação da Lei 8.668, que regulamentou os FIIs no Brasil, sendo um pioneiro da indústria em uma época em que os fundos costumavam ter apenas um único ativo. Este seria um momento simbólico, ressalta Barbosa. “O fundo que abriu caminho para o mercado de Flls no país se despede deixando um legado de pioneirismo, disciplina e confiança. Um fechamento com sentimento de saudade”.

     

    Sérgio Belleza Filho, consultor de Investimentos e corretor de Imóveis, estruturou o primeiro FII brasileiro e participou da inserção de vários fundos no mercado, como Shopping Pátio Higienópolis, Parque Dom Pedro Shopping, BB Progressivo II, entre outros. Para ele, o fundo representou um marco, abrindo oportunidade para a criação de outros ativos.

     

    “Bom, pra mim é uma tristeza, não posso negar, eu fico muito triste saber que esse fundo vai terminar, mas isso era, vamos dizer assim, inevitável. Hoje, vários fundos daquela época estão se tornando parte de um outro fundo, estão sendo incorporados por outros fundos”.

     

    Ainda que lamente o encerramento, o especialista no mercado imobiliário ressalta a importância dessa criação para o desenvolvimento da indústria de FIIs no Brasil. “Até que durou muito. Tenho que admitir que durou bastante, quase 30 anos. Mas, sem dúvida nenhuma, pra mim é triste, porque é uma iniciativa que eu participei intensamente, eu que coordenei tudo, eu que juntei todas as partes e tudo mais pra sair esse fundo, e fico muito triste de ver acabar. Mas, ao mesmo tempo, vou te dizer que eu fico muito feliz de ver como a indústria está hoje”, completa.

     

    Venda de ativo aprovada em AGE

     

    A venda foi aprovada por meio de Assembleia Geral Extraordinária (AGE) realizada por consulta formal aos cotistas, encerrada em 1º de julho de 2025 e o pagamento será feito em três parcelas. A primeira ocorreu na data do fechamento da transação, no montante de R$ 24.475.000,00, com transferência da posse e propriedade do imóvel.

     

    Além disso, R$ 10.012.500,00 serão recebidos em 365 dias da formalização e outros R$ 10.012.500,00 em 730 dias, ambas parcelas corrigidas pela inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). O fundo arcará com corretagem correspondente a 2% do valor da operação de venda.

     

    Amortização em novembro

     

    Conforme aprovado em assembleia e anunciado em novo fato relevante, divulgado na última sexta (17), o fundo deve realizar uma amortização parcial no valor bruto de R$ 32,70 por cota, totalizando R$ 16.611.861,60. O pagamento será feito em 11 de novembro de 2025 aos cotistas com posição na data do comunicado. O montante representa cerca de 41% do patrimônio do fundo, de acordo com o Head de Research. “Parte do caixa ainda fica reservada para custos e pendências até o encerramento total”.

     

    Segundo a administradora Hedge Investimentos, do valor total, cerca de R$ 3,5 milhões serão retidos no caixa do fundo para cobrir despesas operacionais previstas e eventuais contingências relacionadas à venda. A administradora informou ainda que a distribuição de rendimentos de R$ 8,30 por cota, comunicada em 16 de outubro, é referente ao recebimento da primeira parcela da venda do imóvel anteriormente pertencente ao fundo.


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