Gestores do SEQR11 (Sequóia III Renda Imobiliária) fazem balanço do primeiro ano
Gestores do Fundo Imobiliário híbrido que estreou em um momento conturbado da economia detalham o trabalho durante um ano de listagem e os planos de crescimento para 2022

O Fundo Imobiliário Sequóia III Renda Imobiliária (SEQR11) completará um ano de sua oferta inicial pública – IPO na sigla em inglês – daqui a um mês, em 26 de fevereiro.
Embora a estreia no mercado FII tenha sido há menos de um ano, o Sequóia já opera no setor imobiliário há mais de 30 anos. O Clube FII News entrevistou com exclusividade o CEO do grupo, Joaquim Azevedo, e o CFO e Diretor de Relações com Investidores, Fábio Idoeta.

Atualmente, o valor patrimonial do FII está em R$ 154,4 milhões e o valor de mercado em R$ 119,3 milhões. O rendimento referente a dezembro pago no último dia 7 de janeiro foi de R$ 0,6279, o que representa um dividend yield de 0,83%.
“Hoje a gente tem estrutura de full service – serviço completo em inglês - desde a parte de originação ao achar o terreno e desenvolver todo o projeto, até a venda e, depois, a gestão patrimonial”, afirmou Azevedo.
Idoeta explicou que, apesar do fundo ser novo, os inquilinos dos ativos já ocupam os imóveis há cerca de 10 anos.
“Nunca houve qualquer evento de inadimplência, sequer um atraso relevante no pagamento dos alugueis. Isso mostra um pouco da resiliência dos nossos locatários”, afirmou.
Ele acrescentou que a proposta do fundo é ser diversificado, tanto que é classificado como um FII híbrido, mas tendo como foco três setores: logístico-industrial, lajes e edifícios comerciais e renda urbana, que representa os pontos de varejo fora de shopping centers.
Dentro dos três segmentos, o SEQR11 tem cinco imóveis no portfólio: em São Paulo, um condomínio logístico em Jandira e o imóvel do supermercado St. Marche dentro da capital paulista. No Rio de Janeiro, o FII tem dois imóveis locados para a Atento e, no Rio Grande do Sul, em Santo Antônio da Patrulha, o quinto ativo do fundo é locado para uma companhia de autopeças, a canadense Magna, fornecedora da GM.
No segundo semestre de 2021, um dos principais desafios da gestão do FII foi a segunda oferta para captar R$ 12,65 milhões e possibilitar a compra da outra metade do imóvel da Magna.
“A gente fez de um jeito pouco usual: emitimos cotas e pagamos o vendedor com cotas do fundo. A cota estava sendo negociada a R$ 70,00 e a gente vendeu a R$ 100,00. A gente já saiu sem risco nenhum de captação. Houve uma pequena parcela de cotistas que exerceu direito de preferência”, contou Idoeta.
Uma nova emissão está em desenvolvimento pela gestão do SEQR11 para 2022, mas os detalhes ainda não podem ser revelados nesta etapa da operação, de acordo com Azevedo.
“O cenário é desafiador, mas o investimento em imóveis é sempre com perspectiva de longo prazo. A gente olha muito os ciclos imobiliários e está sempre atento a oportunidades e ameaças que podem surgir. Esses cenários um pouco menos favoráveis do ponto de vista macro, muitas vezes, geram oportunidades de aquisição”, conta Azevedo.
“A gente está há muito tempo no mercado, tem muitas conexões, um networking grande e chega muito imóvel pra gente. Imóvel de qualidade. A gente quer muito trazê-los para o portfólio e gerar renda para o cotista. Para isso, queremos fazer uma emissão antes de maio”, revela Idoeta.