Fundos criam consórcio para adquirir Campinas Shopping
Empreendimento, da BrMalls, está no alvo de VISC11, MALL11 e XPML11, que se unem para comprar a totalidade do ativo

Três grandes fundos imobiliários uniram suas forças, na criação de um consórcio, para adquirir o Campinas Shopping, atualmente sob controle da BR Malls (BRML3). Na manhã desta quinta-feira (22), três Fatos Relevantes foram publicados simultaneamente, com redação similar, pela Vinci Shopping Centers (VISC11), Malls Brasil Plural (MALL11) e XP Malls (XPML11).
As respectivas gestoras (VINCI Partners, Genial e XP) anunciaram ao mercado que celebraram memorando de entendimentos para aquisição de participação direta.

A BR MALLS também divulgou Fato Relevante na manhã desta quinta-feira, anunciando os trâmites para a aquisição, e informando que parte do valor poderá ser recebido em cotas de um ou mais fundos.
O valor total da transação é de R$ 411,4 milhões e a proposta está dividida da seguinte forma: VISC11 pretende adquirir 55%, por R$ 226,3 milhões; MALL11 outros 20% por R$ 82,2 milhões; e o XPML11 destinará 25% por R$ 102,9 milhões.
A operação ainda está sujeita a diversas condições suspensivas, incluindo a aprovação pelo CADE, sendo que o pedido foi protocolado ontem. A BR Malls informou que manterá seus acionistas e o mercado informados na forma da lei e da regulamentação aplicável.
Análise
O analista do Clube FII, Danilo Barbosa, afirmou que se trata de uma boa transação para o consórcio. Um dos pontos positivos é a boa localização, de fácil acesso para quem vem de fora da cidade mas também para a população local.
“Trata-se de um shopping bem localizado, no entroncamento entre as rodovias Anhanguera e Santos Dumont, que desemboca na avenida Prestes Maia, uma via de ligação ao centro da cidade”. Ele também destaca a maturidade do empreendimento, inaugurado em 1994 e tem seu público alvo específico, sendo assim não competindo diretamente com o maior Shopping da cidade que é o Parque Dom Pedro.
Barbosa explica que a venda do shopping provavelmente tenha ligação com o fato de a BR Malls estar em processo de fusão com a Aliansce Sonae, o que a colocaria como a maior empresa administradora de shoppings da América Latina. “Provavelmente trata-se de uma ação para se adequar às determinações do Cade, em virtude dessa fusão”.
Ainda de acordo com o analista, o valor de venda está em linha com o mercado com Cap Rate podendo chegar na casa dos 9% dependendo da performance do ativo até o fim do ano.
Sobre os três fundos que compõem o consórcio, Danilo Barbosa aponta semelhanças e diferenças entre as situações de ação. “XP e Brasil Plural vão realizar emissão de cotas para adquirir o Campinas Shopping, mas também utilizar os recursos para expansão e amortização de dívidas”. Já a Vinci Partners tem uma situação mais “desafiadora”, segundo ele. "Estão negociando cotas abaixo do valor patrimonial, e já é um fundo alavancado.