As atenções dos investidores nesta semana estão voltadas para as reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central e do Federal Open Market Committee (FOMC) do Federal Reserve. As decisões sobre as taxas de juros nos dois países devem sair na quarta-feira (17), denominada de “Super Quarta”.

As expectativas de mercado são de corte na taxa de juros nos EUA em 0,25 ponto percentual e de manutenção na Selic em 15%. “Apesar de ter havido especulação sobre um recuo de meio ponto percentual — que não chegou a se tornar majoritária no mercado —, retomar o afrouxamento monetário em 25 pontos-base é uma postura cautelosa da instituição”, destaca Leandro Manzoni, analista de economia e editor-chefe do Investing.com Brasil.

No Brasil, segundo Manzoni, a atividade econômica vem apresentando moderação, “mas a combinação de mercado de trabalho ainda aquecido, inflação de serviços bem acima do teto de tolerância de 1,5 ponto percentual da meta de 3% ao ano e expectativas ainda distantes do centro da meta contribuem para a manutenção dos juros no atual patamar”.

Dados econômicos locais

O Boletim Focus do Banco Central, que traz estimativas para os principais indicadores macroeconômicos, demonstrou que economistas consultados pela autarquia cortaram novamente as projeções para a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ao final de 2025. As estimativas para o indicador foram reduzidas de 4,85% para 4,83%, enquanto as para o dólar passaram de R$5,55 para R$5,50. As projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) e Selic seguem iguais, em 2,16% e 15%, respectivamente.

Ainda nesta segunda (15), o BC divulgou seu Índice de atividade econômica (IBC-Br), um sinalizador do PIB. O índice recuou 0,5% no mês de julho, abaixo da queda de 0,20% esperada pelo mercado. "O recuo em julho foi disseminado entre os principais setores: indústria e agropecuária apresentaram retração relevante, enquanto os serviços — tradicionalmente mais resilientes — também mostraram leve queda. Esses resultados refletem os efeitos defasados da política monetária ainda contracionista, que segue inibindo o consumo e o crédito em um ambiente de incerteza fiscal e juros elevados", detalha Ariane Benedito, economista-chefe do PicPay.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apresenta a taxa de desemprego na terça (16), a partir de dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), além de informações da Pesquisa da Pecuária Municipal (PPM), com apresentação do relatório marcada para quinta (18).

Mercado internacional

Entre os destaques da semana, além da decisão de juros nos EUA, o Reino Unido revela seus indicadores de desemprego na terça (16), mesma data de divulgação das vendas no varejo e produção industrial no mercado americano.  Dados de inflação ao consumidor no Reino Unido e nos países que fazem parte da Zona do Euro serão divulgados na quarta (17), antecedendo uma série de decisões da taxa de juros. O Banco da Inglaterra divulga sua política monetária na quinta (18), enquanto Japão e China fecham a semana apresentando suas taxas de juros na sexta-feira (19).

Veja os principais indicadores da semana:

Fonte: Investing.com