Semana tem decisão sobre Taxa Selic
Comitê de Política Monetária do Banco Central se reúne nesta terça (1) e quarta-feira (2) para decidir sobre a taxa básica de juros no país

Começa nesta terça-feira (1), a primeira reunião do ano do Comitê de Política Monetária do Banco Central - conhecido como Copom - para decidir sobre a política monetária no país.
O encontro tem duração de dois dias e, na quarta-feira (2), após o encerramento dos negócios na bolsa brasileira, a B3, o comitê anunciará a decisão sobre a taxa básica de juros que, atualmente, está em 9,25% ao ano.

No ano passado, a taxa sofreu um forte aumento que partiu de 2% até o patamar atual em uma tentativa do Banco Central de conter o avanço da inflação.
No entanto, o BC não conseguiu encerrar 2021 dentro da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional que era de inflação oficial no limite de 5,25%. O IPCA fechou o ano passado em 10,06%.
O próprio presidente do BC, Roberto Campos Neto, já havia informado que 2022 seria mais um ano de fortes altas de juros em uma tentativa de atingir a meta inflacionária, pelo menos, no ano que vem.
De acordo com Thiago Otuki, economista do Clube FII, o consenso de mercado é de um novo aumento na Taxa Selic de 1,5 ponto percentual, de 9,25% para 10,75% ao ano.
“Pelo Boletim Focus publicado hoje, o mercado projeta uma Selic em 11,75% em 2022. Até aqui, nenhuma novidade para o investidor de Fundos Imobiliários. A preocupação agora é com o aumento sucessivo na expectativa de inflação nesse ano. Na semana passada, foi de 5,15%. Hoje, já estamos em 5,38%. O risco fiscal também pode elevar a taxa de juros futuros e impactar diretamente os preços das cotas no mercado”, alertou.
Paloma Brum, analista da Toro Investimentos, concorda com o consenso de mercado de que o Copom deve continuar com o ciclo de alta da Selic, com um aumento em 1,5 ponto percentual.
“A minha estimativa de alta para a taxa básica de juros nesta magnitude se embasa no último comunicado, no qual os dirigentes do Banco Central endossaram que estão comprometidos em manter uma política monetária contracionista, não somente com o objetivo de controlar a inflação, mas também até que as expectativas de inflação sejam reancoradas”, explica.
A analista ainda lembra que a necessidade de aumento na Selic também é reforçada por um cenário fiscal doméstico bastante volátil, típico de ano eleitoral, somado a um cenário externo ainda conturbado pela inflação nas grandes economias, receio dos impactos da variante Ômicron do coronavírus na retomada da atividade econômica e pelo início do ciclo de alta nos juros americanos que se avizinha.
“Diversas grandes instituições financeiras estão prevendo, em média, cinco ajustes na taxa de rendimento dos títulos estadunidenses para este ano, o que pode pressionar a nossa taxa de câmbio com uma saída de capital rumo a esses papéis, considerados os mais seguros do mundo, remunerando mais”, alertou.