Selic em alta x IFIX nas máximas: O que explica esse movimento?
Não é verdade retórica de que se juro sobe, índice cai, afirma Danilo Barbosa, Sócio e Head de Research do Clube FII

Juros em alta, IFIX também. Ainda que a taxa Selic esteja em um patamar elevado, o que poderia, em teoria, pressionar ativos de risco, incluindo os Fundos Imobiliários, o benchmark do setor atingiu máximas na última sexta, com 3.439 pontos, superando a máxima nominal do IFIX de 3.423,95 pontos, registrado em abril do ano passado. Nesta segunda, o Índice de Fundos Imobiliários (IFIX) apresentou baixa de 0,074%, a 3.436,51 pontos.
A retórica de que o IFIX necessariamente recua quando a Selic sobe não é aplicável à realidade, tendo em vista que o índice deve atingir em breve o recorde histórico, destaca Danilo Barbosa, Sócio e Head de Research do Clube FII.
“A gente está com a taxa de juros provavelmente chegando no máximo, pior do que no período Dilma, e os FIIs podem bater a máxima histórica. Então aquela retórica de afirmar que se a Selic vai subir, os FIIs vão cair, não é verdade”.
Além disso, o Ibovespa renovou sua máxima histórica e ronda 139 mil pontos, com gestores da América Latina, em maioria, otimistas de que este patamar deve subir nos próximos meses, de acordo com pesquisa elaborada pelo Bank of America (BofA).
O que esperar das taxas de juros?
Gestores e analistas de mercado ajustaram suas expectativas recentemente, levando a uma visão mais dovish sobre os juros, ou seja, entendem que o ciclo de alta na Selic pode ter chegado ao fim. As pressões no mercado internacional, diante da guerra tarifária nos Estados Unidos, podem levar a economia global a diminuir o seu ritmo de atividade, sendo um risco baixista para a inflação. Outros pontos vão na outra direção e são monitorados pelos membros do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, incluindo a desancoragem das expectativas inflacionárias e uma resiliência no mercado de trabalho local.
A visão do mercado após a divulgação da ata da última reunião do Copom nesta semana é de que o colegiado deve manter a Selic em níveis elevados por mais tempo. O documento reforçou a necessidade de ter flexibilidade na política, deixando a porta aberta para eventuais ajustes adicionais. Mas, até o momento, conforme último Boletim Focus do Banco Central, economistas de mercado precificam a Selic a 14,75% ao final de 2025 – patamar vigente neste momento.
Selic e IFIX em alta - ainda há espaço para mais?
As perspectivas de aumentos nas taxas de juros estavam mais elevadas, tendo em vista que o mercado cortou recentemente as projeções da Selic no final deste ano de 15% para 14,75%. A revisão das projeções para uma taxa mais baixa (ainda que elevada), é um dos fatores de otimismo para os ativos de risco.
“Houve uma compressão de curva longa, e o fechamento de curva beneficiou os ativos”, esclarece o head de research do Clube FII, ponderando que o patamar de juros estimado pelo mercado ainda é elevado.
Ainda que o IFIX esteja no seu maior patamar registrado, Barbosa pondera que esta seria a máxima nominal, mas não descontando a inflação do período. O especialista esclarece que, se fosse corrigido pelo IGP-M pelos últimos cinco anos, o IFIX deveria estar em 3.993 pontos e, pelo IPCA, em 3.497 pontos. Além disso, em uma análise mais aprofundada, desconsiderando o pior momento da pandemia, a avaliação deflacionada pelo IGP-M indica 4.222 pontos, enquanto, pelo IPCA, 3.771 pontos.
O IFIX subiu, mas pode subir mais. Desta forma, ainda que tenha engatado uma recuperação recente, o benchmark do setor ainda tem espaço para novas altas. A percepção é de que os Fundos Imobiliários (FIIs) ainda estão descontados e podem ser encontradas boas opções com cotações abaixo do preço patrimonial. Se houver um alívio adicional na curva de juros, assim como outros ativos de risco, os FIIs podem ser favorecidos, com destaque para os fundos de tijolo, abrindo espaço para a retomada das emissões de cotas e menos cautela do investidor, que ainda monitora de forma atenta o cenário internacional e doméstico.
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