O IBGE divulgou, na manhã desta terça-feira (27) que a prévia da inflação de setembro aponta queda de 0,37% em agosto. De acordo com o relatório, a redução no preço dos combustíveis foi o principal fator para o desempenho.

O IPCA-E, que se constitui no IPCA-15 acumulado trimestralmente, foi de -0,97%. Já no acumulado do ano, o IPCA-15 tem alta de 4,63% enquanto nos últimos 12 meses, a taxa desacelerou para 7,96%, abaixo dos 9,60% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em setembro de 2021, o índice foi de 1,14%.

Análise

O economista do Clube FII, Thiago Otuki, aponta que mais uma vez a prévia do IPCA surpreendeu positivamente o mercado. “O consenso apontava uma deflação de 0,20% e o IPCA-15 divulgado hoje ficou em 0,37%. Claro que o grupo ‘Transportes’ (-2,35%) e ‘Comunicação’ (-2,74%) continuam decisivos para o processo de deflação”.

Otuki explica que ainda há cinco grupos que “aceleram” em relação a agosto e que por isso é preciso manter a atenção. “O Copom encerrou a alta da taxa Selic na semana passada. Apesar de um cenário mais positivo para a inflação do que 3 meses atrás, ainda precisamos ter cautela e, o mais provável, é a manutenção da Selic em 13.17% por um período mais prolongado”.

A cautela pregada, no entanto, não impede que um cenário de otimismo surja no horizonte dos Fundos Imobiliários: “Minha visão é que temos um ambiente mais positivo e uma perspectiva mais otimista para os FIIs hoje do que 3 meses atrás. Temos 13 semanas seguidas de revisão para baixo para o IPCA em 2022. Para 2023 o Boletim Focus já aponta um IPCA em 5% após seis semanas de revisão. A revisão positiva para o PIB nas últimas 13 semanas também anima mais os investidores. Em agosto e setembro, já refletiu na taxa longa de juros e no IFIX”.