IPCA registra 0,73% em dezembro
Acumulado da inflação oficial do país em 2021 foi de 10,06%, acima das projeções de mercado

A inflação oficial medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) desacelerou a 0,73% em dezembro, representado um acumulado no ano de 2021 de 10,06%, segundo o IBGE.
O indicador veio acima das projeções feitas pelo mercado, que eram de um IPCA de 10,02% referente ao ano passado.

A inflação oficial encerrou 2021 bem acima do teto da meta do Banco Central, que era de 5,25%. Por isso, a autoridade monetária vem adotando uma política de aperto monetário, com forte alta da taxa básica de juros – a taxa Selic – nas últimas reuniões do Copom, o Comitê de Política Monetária.
A taxa Selic encerrou 2021 a 9,25% e é consenso no mercado que o Copom deva elevá-la em 1,5 ponto percentual na próxima reunião em fevereiro para 10,75% ao ano.
O economista do Clube FII, Thiago Otuki, destaca que o IPCA de 2021 acima de 10% e bem acima da banda superior da meta de inflação que é de 5,25% cria um ambiente mais desafiador para os fundos imobiliários no curto prazo.
"É necessário sempre lembrar que os fundos imobiliários são excelentes ativos para proteger o patrimônio do investidor contra a inflação no longo prazo. No caso dos FIIs de tijolo, os contratos são reajustados pelo IPCA ou pelo IGP-M. Nos curto e médio prazos, muitas vezes, a inflação pode não ser incorporada ao preço das cotas devido às condições mais adversas e à fase do ciclo imobiliário. Já no longo prazo, em uma carteira de imóveis bem gerida, partimos do princípio de que o investidor obterá uma rentabilidade real positiva acima da inflação. Ter mais de 10 fundos com diversificação setorial também minimiza o risco de um retorno menor do que a inflação", explica Otuki.
Ainda de acordo com o economista, o resultado nos FIIs de papel é mais rápido e objetivo. Os certificados de recebíveis imobiliários (CRIs) são indexados, na maioria, ao IPCA e distribuídos aos cotistas de forma mais imediata. Para ele, o cenário neste início de ano poderá pressionar uma maior desaceleração da inflação.
"O aumento do volume de chuvas desde outubro que se intensificaram na região sudeste nesse começo de ano poderá amenizar a inflação em 2022. A energia elétrica foi um dos grandes responsáveis pelo aumento expressivo do IPCA no ano passado", concluiu.