IPCA desacelera a 0,23% em maio
Inflação oficial do país perde força em relação a abril, quando apontou alta de 0,61%. Veja o impacto para o mercado de Fundos Imobiliários

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de maio foi de 0,23%, com uma desaceleração na comparação ao registrado em abril que foi de 0,61%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No ano, o IPCA tem alta de 2,95% e, nos últimos 12 meses, acumula 3,94%.

O acumulado de 12 meses ficou abaixo dos 4,18% verificados no mesmo período imediatamente anterior.
Em maio de 2022, o IPCA apontou alta de 0,47%, de acordo com o IBGE.
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, sete tiveram alta em maio, sendo o maior impacto e a maior variação (0,93%) de Saúde e cuidados pessoais.
Neste grupo, os destaques foram o plano de saúde (1,20%), itens de higiene pessoal (1,13%) e os produtos farmacêuticos (0,89%) após a autorização do reajuste de até 5,6% no preço dos medicamentos a partir de 31 de março.
Houve queda do grupo Transportes (-0,57%) influenciada pelo recuo nos preços das passagens aéreas (-17,73%) e nos combustíveis (-1,82%) por conta das quedas do óleo diesel (-5,96%), da gasolina (-1,93%) e do gás veicular (-1,01%).
O etanol (0,38%) foi o único combustível a registrar alta em maio.
O que acontece com os Fundos Imobiliários?
O sócio-diretor do Clube FII, Arthur Vieira de Moraes, lembra que, por mais um mês, a inflação surpreende o mercado, vindo abaixo das projeções.
No entanto, a inflação acumulada em 2022 e nos últimos doze meses está dentro da meta estipulada pelo Conselho Monetário Nacional (3,25% ao ano, podendo variar entre 1,75% e 4,75%).
“Boa notícia para o país e para o mercado, indicando que o Banco Central pode estar perto de iniciar um movimento de baixar a taxa Selic”.
Moraes ressalta que se a situação é boa para a economia, é boa também para os Fundos Imobiliários de maneira geral.
De acordo com o especialista, para os fundos de tijolo – com imóveis em carteira – o IPCA gera uma expectativa de valorização das cotas e de aquecimento da demanda por imóveis de diversos setores.
Mas a situação é diferente no segmento de Fundos Imobiliários com carteiras compostas por títulos de crédito, a exemplo dos Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) e Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA), também conhecidos como fundos de papel.
“Para os fundos de papel, o IPCA deverá resultar em leve diminuição dos dividendos, mas é sempre importante lembrar que o risco de crédito também diminui quando a economia melhora”, conclui.