IPCA de janeiro fica em 0,54%.
Inflação oficial do país teve o maior resultado para o mês desde 2016 e acumulou alta de 10,38% nos últimos 12 meses, segundo o IBGE

A inflação oficial medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo em janeiro foi de 0,54%, segundo o IBGE, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
Foi a maior alta do índice para um mês de janeiro desde 2016. No acumulado de 12 meses, o IPCA avançou 10,38%, mostrando aceleração em relação a dezembro, quando apontou 10,06%.

Segundo o economista do Clube FII, Thiago Otuki, apesar do IPCA de janeiro ter vindo dentro das expectativas, o que ainda preocupa são as expectativas dos agentes de mercado para a inflação futura.
Ele lembra que, pela quarta semana consecutiva, o Boletim Focus - divulgado semanalmente pelo Banco Central com as estimativas de participantes do mercado - trouxe previsão de avanço para o IPCA em 2022.
“Nessa semana, passou de 5,38% para 5,44%, ou seja, acima da meta de inflação. Muitos economistas avaliaram ontem que a Ata do Copom indicou um tom mais hawkish do que o comunicado da semana passada”, afirmou.
O tom ‘hawkish’, de acordo com Otuki, significa que o Banco Central está mais preocupado com o comportamento futuro da inflação e pode calibrar os juros acima do que estava planejando meses atrás.
Para o economista, em um cenário de inflação mais persistente, podemos ter uma taxa Selic - taxa básica de juros - elevada por mais tempo. Do ponto de vista estratégico, o investidor de FIIs pode decidir manter um percentual maior de FIIs de recebíveis imobiliários.
“Os fundos de papel têm títulos indexados ao CDI e IPCA funcionando como um hedge – proteção - para a sua carteira de Fundos Imobiliários, pois os fundos de tijolo são mais impactados em um cenário de juros elevados”, concluiu.