IPCA cai 0,36% em agosto
Inflação oficial recua pelo segundo mês consecutivo. Veja o reflexo no mercado de Fundos Imobiliários na análise do economista do Clube FII Thiago Otuki

A inflação oficial medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de agosto recuou 0,36%, representando o segundo mês consecutivo de deflação, ou seja, de inflação negativa, segundo o IBGE, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
Em julho, o indicador teve queda de 0,68%.

Em 2022, o IPCA tem alta de 4,39%.
Já no acumulado de 12 meses, o índice teve variação positiva de 8,73%, abaixo dos 10,07% registrados no mesmo período encerrado em julho.
Em agosto de 2021, o IPCA apontou alta de 0,87%.
O resultado de agosto foi influenciado principalmente pela queda no grupo dos Transportes em 3,37%. Consequência, mais uma vez, da queda no preço dos combustíveis que foi de 10,82%.
O grupo Comunicação teve baixa de 1,10% e também pesou no recuo do IPCA.
Entre as altas, o destaque foi Saúde e cuidados pessoais, com avanço de 1,31%.
Alimentação e bebidas tiveram alta de 0,24% com uma desaceleração em relação a julho, quando subiram 1,30%.
Habitação subiu 0,10% e Vestuário registrou mais 1,69%, representando a maior alta de agosto.
Segundo Thiago Otuki, economista do Clube FII, a segunda deflação do IPCA já era esperada pelo mercado da mesma forma que a primeira no mês passado.
A queda de 0,36% ficou em linha com o consenso de mercado. Novamente, a redução nos preços dos combustíveis contribuiu para o resultado. Entretanto, ainda há grupos com elevação de preços relevante como Vestuário e Saúde e cuidados pessoais.
“O importante é que, independentemente do grupo Transportes, a expectativa para a convergência do IPCA para o centro da meta [de inflação] ficou mais positiva nessas últimas semanas”
Otuki lembra que, no último relatório Focus do Banco Central, a previsão do IPCA para 2022 era de 6,61%.
O número foi revisado para baixo nas últimas semanas porque, há quatro semanas, o consenso dos economistas era de uma inflação de 7,11% neste ano.
Na visão do economista, foi criado um ambiente mais positivo e propício para o mercado de Fundos Imobiliários, o que já se refletiu no retorno do IFIX – Índice de Fundos de Investimentos Imobiliários da B3 - em agosto, além da alta relevante dos FIIs de tijolo que apresentavam descontos significativos sobre o valor patrimonial.
“Agora, os investidores aguardam com ansiedade o reflexo dessa deflação nos próximos rendimentos dos fundos do segmento de recebíveis imobiliários”, conclui.