O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acelerou 1,62% em março, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No acumulado de 12 meses, o índice apontou alta de 11,30%. É o maior registro para o mês desde 1994, ano em que foi implantado o Plano Real.

Na última leitura de fevereiro, a inflação oficial teve alta de 1,01% e o acumulado de 12 meses estava em 10,54%.

Thiago Otuki, economista do Clube FII, já vem chamando a atenção para a alta da inflação nas últimas leituras do IPCA acompanhadas pela cobertura jornalística do Clube FII News. Ele ressalta a importância do investidor monitorar o indicador.

“Esse IPCA de 1,62% é a maior variação para um mês de março em 28 anos, quando o índice foi de 42,75%, no período em que antecedeu a implementação do Real, conforme o comunicado do IBGE de hoje”.

Otuki também pondera que o índice ficou acima da expectativa de mercado com o impacto direto da alta dos preços dos combustíveis.  

“Como esperado, o grupo ‘Transportes’ pesou no índice com 3,02%, após a alta expressiva da gasolina. O grupo ‘Alimentação e Bebidas’ também gerou impacto significativo, concretizando esse choque de oferta global que estamos vivenciando”.

O economista ainda afirma que, apesar de todos os problemas internos, a inflação elevada, atualmente, é um fenômeno global que também afeta países desenvolvidos. Nos Estados Unidos, por exemplo, o Federal Reserve (FED) – banco central norte-americano - já indicou que terá uma postura mais agressiva para combater a inflação naquele país.  

“Todo esse contexto vai determinar até onde vai a alta da taxa Selic e o comportamento dos juros longos no Brasil e, consequentemente, os possíveis impactos nos preços dos Fundos Imobiliários. Vamos acompanhar com atenção a próxima reunião do Copom”.

O terceiro encontro do ano do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) será nos dias 3 e 4 de maio.