IPCA-15, prévia da inflação oficial, sobe 0,36% em maio
No ano, indicador acumula alta de 2,80% e, em 12 meses, de 5,40%

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação oficial, registrou alta de 0,36% em maio, conforme dados apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira, 27. O indicador veio abaixo do esperado pelo mercado, tendo em vista que as projeções consensuais indicavam uma variação positiva de 0,44%, e também do dado registrado em abril, de 0,43%.
O indicador acumula crescimento de 2,80% no ano. Em doze meses, o IPCA-15 passou de 5,49% em abril para 5,40% nesta leitura. Segundo o instituto, entre os nove grupos de produtos e serviços pesquisados, sete tiveram incremento nos preços.
Vestuário teve a maior variação, com 0,92%, em meio a altas nas roupas femininas, masculinas e infantis, enquanto o grupo Saúde e Cuidados pessoais variou 0,91%, influenciado por reajustes nos medicamentos.
Em Habitação, que subiu 0,67%, a energia elétrica residencial teve o maior impacto individual no índice, com variação positiva de 1,68%, após a adesão da bandeira tarifária amarela. Educação subiu somente 0,09%, Alimentação e bebidas 0,30%, enquanto Comunicação variou 0,27% e Despesas pessoais apresentaram taxa de 0,50%.
Por outro lado, apresentaram variação negativa os grupos de Transportes, com baixa de 0,29% puxada pela queda de 11,18% das passagens aéreas, além de Artigos de residência, com leve retração de 0,07%.
"Interessante notar que os núcleos do indicador estão mais comportados, com destaque para Serviços Subjacentes. Isto corrobora com uma visão mais acomodada para a inflação e reitera a perspetiva que não devemos mais ver altas na Selic este ano", destaca em nota o economista André Perfeito.
Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos, também considerou a leitura como benigna. "Em suma, a divulgação do IPCA-15 reforça nossa perspectiva de que a inflação ao consumidor não será tão pujante quanto se chegou a cogitar no início do ano pelo mercado. Isso corrobora nossa projeção de IPCA mais próxima de 5,0% para este ano e adiciona elementos favoráveis à interrupção do ciclo de alta da Selic, conforme já antevíamos", concordou em nota ao mercado.