IPCA-15 avança 1,73% em abril
Indicador considerado prévia da inflação oficial é puxado pela alta nos preços de alimentos e transportes

O IPCA-15, indicador considerado uma prévia da inflação oficial no país, atingiu 1,73% em abril, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O avanço foi o maior para o mês desde 1995, quando registrou 1,95%. Em relação a qualquer mês, não apontava alta tão expressiva desde fevereiro de 2003, em que atingiu 2,19%.

No ano, o IPCA-15 acumula alta de 4,31% e, em 12 meses, de 12,03%, acima dos 10,79% registrados nos 12 meses anteriores. Em abril de 2021, a taxa foi de 0,60%.
Ainda de acordo com o IBGE, o aumento foi puxado pelos preços dos alimentos que avançaram 2,25%.
O economista do Clube FII, Thiago Otuki, também chama a atenção para o peso do grupo Transportes no acumulado de 12,03% do IPCA-15, o que também foi apontado pelo IBGE.
"O resultado dos Transportes foi de 3,43% influenciado, principalmente, pelo aumento no preço dos combustíveis em 7,54%. A gasolina teve alta de 7,51% e contribuiu com o maior impacto individual no índice do mês em 0,48 ponto percentual".
Diante do cenário, Otuki aconselha que não só o investidor continue alerta com a inflação, mas também os consumidores em geral.
“É necessário adequar a sua cesta de consumo diante dessa escalada de preços”.
O economista ainda destaca que o mercado já está fazendo novas contas, como demonstrou o último Boletim Focus do Banco Central.
“Essa semana, a expectativa para o IPCA em 2022 já está em 7,65% e apontava 6,86% há semanas”.
O principal impacto para o mercado de Fundos Imobiliários é via juros, afirma Otuki. A expectativa da Taxa Selic já está em 13,25% para 2022.
“O que impressiona é a alta recente da taxa considerada uma das referências para o mercado de Fundos Imobiliários. O Tesouro IPCA+ 2035 passou de uma taxa de 5,34% no começo de abril e hoje negocia a uma taxa de 5,66%”, conclui.