IPCA-15 avança 0,69% em março
Alta do indicador é atribuída a aumento nos preços dos transportes. Veja o que acontece com os Fundos Imobiliários

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) - considerado como a prévia da inflação oficial do país - registrou alta de 0,69% em março, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
Apesar do resultado, o indicador ficou 0,07 ponto percentual abaixo do apontado em fevereiro, que foi de 0,76%.

Nos últimos 12 meses, o IPCA-15 acumulou alta de 5,36%, abaixo dos 5,63% nos 12 meses anteriores.
Em março de 2022, o índice foi de 0,95%.
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE, oito tiveram alta em março.
A exceção foi Artigos de residência, com queda de 0,18%.
A maior variação (alta de 1,50%) e o maior impacto no índice do mês vieram dos Transportes. Na sequência, os grupos Saúde e cuidados pessoais (alta de 1,18%) e Habitação (avanço de 0,81%).
O grupo Alimentação e bebidas (0,20%) desacelerou em relação a fevereiro.
Os vilões do IPCA-15
A alta do grupo Transportes foi puxada pelo aumento de 5,76% nos preços da gasolina. Além disso, também houve alta nos preços do etanol (1,96%) que haviam caído 1,65% em fevereiro.
O óleo diesel (-4,86%) e o gás veicular (-2,62%) registraram queda, na contramão dos demais combustíveis (4,67%).
O IBGE destacou ainda a alta de 9,02% nos transportes por aplicativo, após recuo de 6,05% em fevereiro.
Qual o impacto nos Fundos Imobiliários?
Segundo o professor de Finanças e sócio-diretor do Clube FII, Arthur Vieira de Moraes, a inflação alta e persistente tem ocorrido praticamente em todo o mundo e não seria diferente no Brasil.
Além disso, o especialista chama a atenção para a volta de cobrança de tributos sobre combustíveis que exerce uma nova pressão sobre os preços, o que já era esperado.
Para os Fundos Imobiliários, de forma geral, a inflação acima da meta é notícia ruim, de acordo com Moraes.
“A inflação alta adia a queda da taxa básica de juros tão desejada por todos”.
A exceção é em relação aos Fundos Imobiliários com carteiras compostas por títulos corrigidos pela inflação, no caso, os chamados ‘fundos de papel’.
“Especificamente para os fundos de recebíveis [Certificados de Recebíveis Imobiliários – CRI ou Certificados de Recebíveis do Agronegócio - CRA] com títulos atrelados ao IPCA, os níveis de inflação indicam uma continuidade da boa distribuição de rendimentos”, explica Moraes.