IPCA-15 avança 0,59% em maio
Prévia da inflação oficial é a maior registrada desde maio de 2016. Investidores de Fundos Imobiliários tendem a continuar alocações em FIIs de CRIs, segundo economista

A prévia da inflação oficial medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) foi de 0,59% em maio, mostrando desaceleração em relação a abril, quando o indicador apontou alta de 1,73%.
No entanto, trata-se da maior variação para um mês de maio desde 2016, quando o índice registrou 0,86%, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No ano, o IPCA-15 acumula alta de 4,93% e, nos últimos 12 meses, avanço de 12,20%, acima do acumulado da leitura anterior, no mês de abril, quando estava em 12,03%.
Em maio de 2021, a taxa foi de 0,44%.
Segundo o IBGE, oito dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram alta em maio. A exceção foi Habitação que recuou 3,85%. A maior alta veio de Saúde e cuidados pessoais, que avançou 2,19% e contribuiu com 0,27 ponto percentual no índice de maio.
O economista do Clube FII, Thiago Otuki, lembra que o pico do IPCA e o início do processo de desaceleração da inflação são os principais temas debatidos entre os investidores de Fundos Imobiliários.
“O IPCA já está acelerando desde junho de 2020 e, em grande parte, pelo choque de oferta da pandemia. Na época, o acumulado de 12 meses que estava em apenas 2,13% e passou a acelerar desde então. Já são quase 2 anos. Agora, estamos em 12,13% de acumulado em 12 meses”.
Otuki afirma que a prévia do IPCA ainda não foi um sinal positivo para o diagnóstico de início do processo de desaceleração da inflação. O indicador ficou acima das expectativas e o acumulado em 12 meses do IPCA-15 ainda está acima dos 12%.
No mercado de Fundos Imobiliários, grande parte dos Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) que está na carteira dos fundos é indexada ao IPCA.
“Enquanto o índice não desacelerar, esses fundos [de CRIs] tendem a continuar a distribuir um rendimento acima da média dos demais segmentos. Por isso, os investidores mais conservadores ainda tendem a alocar mais recursos nos fundos de recebíveis [de papel] do que nos fundos com imóveis no portfólio [de tijolo]”, conclui.