O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado uma prévia da inflação oficial no país, apontou alta de 0,58% em janeiro, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O indicador apontou desaceleração em relação a dezembro que registrou alta de 0,78%. No acumulado de 12 meses, o IPCA-15 de janeiro ficou em 10,2%.

Apesar do recuo este mês, o IPCA-15 ficou acima das estimativas do mercado, que esperava o índice a 0,43% em janeiro e a 10,04% na comparação anual.

De acordo com o economista do Clube FII, Thiago Otuki, é importante ressaltar que a inflação elevada nesses últimos 12 meses é um fenômeno global. No último dado divulgado pelos Estados Unidos, o Índice de Preços ao Consumidor acumulado de 12 meses ficou em 7%, representando a maior inflação em quase 40 anos.

“No caso do Brasil, além dos problemas relacionados à política fiscal, temos todo o impacto da pandemia sobre as cadeias de suprimentos e o choque no preço das principais commodities. O IPCA saiu do controle do Banco Central que está agora subindo a Selic”, lembrou Otuki.

O economista afirmou que, como investidor, seu primeiro objetivo é superar a inflação obtendo um retorno real no longo prazo. Mais um motivo para alocar recursos em ativos que protejam a carteira do investidor.

“Os FIIs de recebíveis imobiliários, por exemplo, têm títulos indexados ao IPCA e ao IGP-M. A expectativa de uma inflação menor em 2022 não tira o meu foco no longo prazo de um retorno real satisfatório para uma carteira previdenciária”, afirmou Otuki.

De acordo com o Boletim Focus do Banco Central desta semana com as projeções do mercado para a economia brasileira, a previsão para o IPCA é de 5,15% em 2022.