IGP-M sobe 0,21% em janeiro
Índice considerado a ‘inflação do aluguel’ desacelera alta após registrar alta de 0,45% em dezembro. Saiba qual o impacto nos Fundos Imobiliários na análise do economista Thiago Otuki

O indicador conhecido como 'a inflação do aluguel' porque corrige a maioria dos contratos de locação, o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), avançou 0,21% em janeiro, após alta de 0,45% em dezembro, de acordo com a Fundação Getulio Vargas (FGV).
Nos últimos doze meses, o índice acumula alta de 3,79%.

Em janeiro de 2022, o índice apresentou alta de 1,82% e acumulava variação de 12 meses de 16,91%.
De acordo com André Braz, coordenador dos Índices de Preços do Instituto Brasileito de Economia da FGV, entre os índices componentes do IGP-M, o índice ao produtor segue registrando redução de pressões inflacionárias.
“O preço das matérias-primas brutas desacelerou de 2,09% para 1,55%. Entre os bens intermediários - com taxa que passou de -0,30% para -1,06% - a queda foi intensificada diante do comportamento de combustíveis e lubrificantes para a produção, cujos preços recuaram ainda mais passando de -2,26% para -5,05%”.
Na contramão da inflação ao produtor segue a do consumidor que passou de 0,44% para 0,61% em dezembro, ainda segundo Braz.
“A pressão veio do reajuste das mensalidades de escolas e cursos, com preços que subiram em média 4,55%”.
O IGP-M é composto por outros três índices: o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) que variou 0,10% em janeiro, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) que subiu 0,61% no mesmo mês e o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) que avançou 0,32% no período.
O que acontece com os Fundos Imobiliários?
Segundo Thiago Otuki, economista do Clube FII, o resultado do IGP-M ficou abaixo do consenso de mercado e concretiza um movimento de desaceleração de longo prazo.
“Fica difícil até de lembrar o IGP-M com um acumulado anual de mais de 30% entre abril e maio de 2021. O resultado de janeiro de 2023 é um alívio para as pessoas que não têm casa própria e alugam um imóvel residencial”.
Ao investidor de Fundos Imobiliários, o economista aconselha verificar a composição da carteira e os indexadores. No caso dos fundos de papel - com certificados de recebíveis imobiliários na carteira - o impacto é menor porque parte relevante das carteiras é composta por títulos indexados ao IPCA e não pelo IGP-M, afirma Otuki.
“Já nos FIIs de tijolo, ainda temos muitos contratos de locação com o IGP-M".
Otuki alerta que o foco da semana será na reunião do Copom - Comitê de Política Monetária - e no IPCA porque o Boletim Focus publicado nesta segunda-feira (30) mostrou a alta da inflação oficial nas projeções dos economistas consultados pelo Banco Central.
“A expectativa é um IPCA de 5,74% em 2023, na sétima revisão seguida para cima feita pelos economistas. Em conjunto com o cenário fiscal, a primeira da reunião do Copom do ano será importante para entender a leitura dos membros do comitê e quando poderemos ter um horizonte para iniciar a queda da Selic”, conclui.