IGP-M cai a 1,84% em maio
Índice considerado a ‘inflação do aluguel’ deu sequência à deflação de abril, de acordo com a Fundação Getulio Vargas. Veja o que acontece com os Fundos Imobiliários e Fiagros

O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) caiu 1,84% em maio, após queda de 0,95% em abril, de acordo com a Fundação Getulio Vargas (FGV).
Em 2023, o índice apresenta taxa negativa de 2,58%. Nos últimos 12 meses, o IGP-M acumula queda de 4,47%.

Em maio de 2022, o IGP-M havia subido 0,52% e acumulava alta de 10,72% em 12 meses.
Segundo André Braz, coordenador dos Índices de Preços do Instituto Brasileiro de Economia (IBRE) da FGV, a deflação registrada no índice ao produtor – IPA, que faz parte da composição do IGP-M – foi de 2,72%, a maior da série histórica influenciada pela redução dos preços de cinco grandes commodities.
“Juntas, estas commodities respondem por, aproximadamente, 1/4 do peso total do Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA). Entre essas, vale citar o comportamento dos preços do minério de ferro (de -4,41% para -13,26%) e da soja (de -9,34% para -9,40%)”.
O impacto nos Fundos Imobiliários e Fiagros
O efeito direto da deflação do IGP-M tende a refletir na diminuição dos valores de contratos de locação e de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) que sejam reajustados pelo índice, lembra Arthur Vieira de Moraes, sócio-diretor do Clube FII.
No entanto, vale ressaltar que os CRIs corrigidos pelo IGP-M são minoria no mercado porque estes títulos são amplamente atrelados ao IPCA.
A atenção dos investidores, de acordo com o especialista, deve estar, principalmente, no mercado agro.
“O efeito indireto [da deflação] está no mercado agro, pois a queda dos preços das commodities agrícolas implica em diminuição do faturamento dos produtores e, até mesmo, em desvalorização das terras. Não é uma surpresa que esses preços caiam. Afinal, estavam muito altos”.
Por conta desta redução nos preços de commodities, fundos do agronegócio, sejam Fiagros ou mesmo os Fundos Imobiliários Agrícolas, podem ter problemas de solvência.
“Pode haver dificuldades de pagamento para os Certificados de Recebíveis Agrícolas (CRA) e aos fundos de terras agricultáveis”, conclui.