A última semana completa de janeiro foi bastante movimentada para cotistas e gestores. O IFIX, principal índice do mercado de fundos imobiliários fechou esta sexta-feira aos 2.769,90 pontos, com queda de 1,44% na semana. E o fundo que mais contribuiu para esse resultado negativo foi o Maxi Renda, MXRF11.

Na noite da última terça, o fundo divulgou fato relevante em que foi notificado pela CVM de que não poderia realizar distribuições de rendimentos enquanto estivesse com prejuízos acumulados em seu balanço. A notícia sacudiu o mercado pois a enorme maioria dos fundos faz as suas distribuições com base em um ofício circular da própria CVM de 2014, que não condiciona a distribuição de proventos à existência de lucro contábil, que pode ser afetado por uma reavaliação de ativos. E o mercado como um todo ficou apreensivo por ainda não ter informações clara se a decisão dessa semana tem efeito retroativo e como pode afetar outros fundos.

E essa apreensão se refletiu principalmente nos fundos de fundos, que foi o segmento com pior performance na semana, com queda de 2,63%. Isso se deveu ao fato de que a grande maioria dos FOFs estão com prejuízo em sua contabilidade já que vários fundos em suas carteiras estão abaixo do preço de compra – ou podem vir a estar – o que pode, caso o ofício da CVM não seja revisto pela autarquia, fazer como que esses fundos fiquem sem distribuir nos momentos de baixa do mercado.

Mesmo com tanta preocupação no ar, alguns fundos conseguiram se beneficiar dessa notícia. O Santander Papéis Imobiliário CDI, SADI11, teve ganho de mais 3% na semana. Como seu portfólio de CRIs está 95% indexado ao CDI, o fundo praticamente não sobre marcação a mercado na sua contabilidade, de forma que não será afetado pela decisão da CVM.

Já na parte de baixo do índice, além do MXRF11, que chegou a cair mais de 10% ao longo da semana, também houve queda importante no Hedge Brasil Shopping, HGBS11. Desde novembro, o fundo vem tendo uma volatilidade bem alta, com seis semanas apresentando variação – positiva ou negativa – de mais de 5%. Inclusive a B3 perguntou diretamente à Hedge, gestora e administradora do fundo, se tinha conhecimento dos motivos desse comportamento dos preços, ao que ela respondeu não saber as razões.