FGV lança índice específico para aluguéis
O Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (IVAR) foi criado como uma alternativa a outros índices de inflação, a exemplo do IGP-M presente na maioria dos contratos de aluguéis do país

O Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (IVAR), lançado ontem (11) pela Fundação Getulio Vargas, apontou alta de 0,66% em dezembro no segmento. No acumulado de 12 meses, o índice teve queda de 0,61%.
O índicador foi criado para uma aferição mais realista do setor de locações de residências no país. Em geral, o Índice Geral de Preços – Mercado está presente na maioria dos contratos de aluguéis para a correção monetária. Em dezembro, o IGP-M apontou alta de 0,87% e, em 2021, avançou 17,78%.

Segundo a FGV, o IVAR usa informações obtidas diretamente de contratos assinados entre locadores e locatários sob intermediação de empresas administradoras de imóveis.
“O setor imobiliário foi profundamente afetado pelos efeitos da pandemia sobre o mercado de trabalho. O desemprego elevado sustentou negociações entre inquilinos e proprietários que resultaram, em sua maioria, em queda ou manutenção dos valores dos aluguéis, contribuindo para o recuo da taxa anual do índice”, explicou Paulo Picchetti, pesquisador do FGV IBRE (Instituto Brasileiro de Economia) e responsável pela metodologia do IVAR.
O IVAR nas capitais brasileiras
Entre novembro e dezembro, o IVAR desacelerou em duas das cidades de maior peso na composição do índice: São Paulo, de 0,78% para 0,48%, e Rio de Janeiro, de 1,46% para 1,03%.
No entanto, houve aceleração do índice em Belo Horizonte de 1,00% para 1,17%, e em Porto Alegre, de 0,27% para 0,43%.
Segundo a FGV, no acumulado de 12 meses, todas as cidades componentes do IVAR apresentaram desaceleração, mas apenas São Paulo retrocedeu mais que o índice médio, registrando queda de 1,83% em dezembro.
De acordo com André Braz, coordenador dos índices de preços do FGV IBRE, ainda que a inflação medida pelos principais índices de preços do país esteja em aceleração, a variação anual dos aluguéis residenciais segue em desaceleração.
“A alta da inflação vem reduzindo a renda familiar, que segue pressionada pela apatia da atividade econômica e pelo alto índice de desemprego. Com a renda familiar em baixa, os valores dos aluguéis tendem a acompanhar tal tendência, refletindo o avanço das negociações entre inquilinos e proprietários”, concluiu.
A próxima divulgação do IVAR será em 10 de fevereiro, segundo a FGV.