Dividendos de FIIs: Como funciona a distribuição de renda
Entenda as regras, os prazos e os fatores que influenciam o pagamento de proventos nos fundos imobiliários.

Os fundos imobiliários (FIIs) se consolidaram como uma das principais portas de entrada para investidores que buscam uma fonte de renda passiva mensal vinda do mercado imobiliário. O mecanismo de distribuição de dividendos, no entanto, possui regras e detalhes que todo cotista precisa conhecer para tomar decisões mais estratégicas. Você pode assistir o vídeo completo disponível no canal do Clube FII no YouTube clicando aqui.
Por lei, os FIIs são obrigados a distribuir, no mínimo, 95% do resultado apurado em regime de caixa a cada semestre. Esse resultado é obtido a partir da diferença entre as receitas do fundo — como aluguéis, lucros na venda de imóveis e rendimentos de aplicações financeiras (CRIs, por exemplo) — e suas despesas, que incluem taxas de administração e gestão, custos com os imóveis (IPTU, condomínio), vacância e eventuais custos de alavancagem. "O que sobre no caixa depois das despesas é chamado de resultado distribuível e é sobre esse resultado que incide a obrigação de distribuição de 95% no semestre", ressalta Santos. Embora a obrigação seja semestral, a grande maioria dos fundos realiza essa distribuição mensalmente, o que atrai investidores em busca de um fluxo de renda recorrente.

O valor que cada cotista recebe é proporcional à sua quantidade de cotas. Contudo, esse montante não é fixo, pois os FIIs são ativos de renda variável. Em fundos de tijolo, fatores como a inadimplência de locatários, a vacância de imóveis ou a concessão de descontos em novos aluguéis podem impactar negativamente a receita. Já nos fundos de papel, o resultado é influenciado pela variação de indexadores como IPCA, IGP-M e CDI, além do risco de crédito dos devedores dos CRIs.
Para evitar grandes oscilações nos proventos mensais, os gestores podem adotar a estratégia de reter parte do resultado de um mês para compensar uma futura queda na receita, linearizando os pagamentos. Essa prática visa oferecer maior previsibilidade ao cotista, mesmo que o resultado real do fundo varie. É crucial também entender o calendário de pagamentos: a “data-base”, geralmente o último dia útil do mês, define quem tem direito ao rendimento, e a “data de pagamento” é quando o dinheiro efetivamente cai na conta, ocorrendo normalmente nos dias seguintes.
Uma das grandes vantagens dos FIIs é a isenção de Imposto de Renda sobre os dividendos recebidos por pessoas físicas. Por outro lado, o lucro obtido na venda de cotas (ganho de capital) é tributado em 20%, exigindo o pagamento do imposto via DARF. Para quem sonha em viver de renda, a diversificação entre fundos de tijolo (com maior potencial de valorização do patrimônio a longo prazo) e fundos de papel (que tendem a oferecer dividendos mais altos em cenários de juros e inflação elevados) é fundamental. A análise da qualidade da gestão e do portfólio do fundo continua sendo o segredo para construir uma carteira sólida e consistente.