Clube FII News News

Notícias para o investidor de fundos imobiliários

    Conheça o Clube FII

    Conheça o Clube FII

    Mercado

    Deflação em agosto e FIIs: Rendimentos dos fundos de papel serão afetados?

    Com queda de 0,11% no IPCA no último mês, saiba os efeitos nos dividendos de fundos atrelados à inflação

    Por Jessica Melo
    quinta-feira, 11 de setembro de 2025 Atualizado 3 dias atrás

    A deflação registrada em agosto acendeu o sinal de alerta entre os investidores de Fundos Imobiliários (FIIs) de papel, especialmente os atrelados ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Com o recuo do índice oficial de inflação do país no mês passado, os investidores monitoram possíveis impactos nos rendimentos desses fundos, considerando a rentabilidade de alguns FIIs ligada ao índice. A desaceleração pode afetar os rendimentos distribuídos mensalmente, mas é apenas um efeito pontual, esclarecem especialistas, tendo em vista que a inflação em outras bases de comparação segue positiva, inclusive acima da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

     

    Conforme divulgado na manhã desta quarta (10), o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) apresentou uma variação negativa de 0,11% no mês de agosto, após subir 0,26% em julho, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O índice acumula variação positiva de 3,15% no ano e de 5,13% nos últimos 12 meses. Saiba mais sobre a composição e a visão de economistas aqui.

     

    Economistas esperam que a inflação termine 2025 em 4,85%, de acordo com Boletim Focus divulgado nesta segunda. Para 2026, os especialistas consultados pela autarquia estimam IPCA de 4,30%, acima do centro da meta de 3%, mas dentro do limite de 1,5 ponto percentual, enquanto para 2027, que é o período observado pelo Banco Central para a decisão da taxa de juros, a projeção é de 3,93%.

     

    Quais os efeitos nos rendimentos de fundos de papel?

     

    A deflação, que já era esperada após a divulgação do IPCA-15 em patamar negativo, deve ser sentida pelos FIIs de papel indexados ao IPCA entre outubro e novembro, na visão de Lana Santos, analista do Clube FII. “Os fundos que possuem indexação ao IPCA, mas também alguma exposição ao CDI, devem ter oscilações menores no patamar de rendimentos, linearizando as distribuições”, aponta Santos.

     

    Ainda que para a economia a deflação seja um ponto positivo, para os FIIs, os fundos de recebíveis e que possuem majoritariamente a carteira indexada ao IPCA podem ser afetados no curto prazo, concorda Leonardo Verissimo, analista de FIIs da Eleven Research.  “Os fundos recebíveis indexados a CDI nem sentem isso, por conta da carteira estar no CDI a 15, então ela não tem deflação, ela tem um indicador muito alto”, compara.

     

    O impacto nos fundos de recebíveis depende se eles possuem ou não reserva acumulada, completa Verissimo. “Às vezes, o fundo é majoritariamente indexado a IPCA, só que tem uma deflação, e às vezes ele tem uma reserva de resultados acumulados muito grande. Então ele nem tem impacto no rendimento dele, porque ele consegue amortecer esse indicador com índice negativo”. Os fundos mais afetados, na sua visão, são aqueles que fazem a distribuição no regime competência, se não houver reserva acumulada, enquanto os que apuram no regime caixa devem registrar menos oscilação de proventos.

     

    Impacto é pontual não sugere movimentações

     

    Ainda que os rendimentos de alguns fundos possam ter efeitos negativos, o efeito tende a ser apenas pontual – assim como a deflação, segundo os especialistas. “O índice continua positivo, não vai ser todos os meses a expectativa de deflação. Então, sim, é pontual”, ressalta o especialista da Eleven.

     

    Como o maior impacto da queda da inflação veio do grupo de habitação (-0,90%), principalmente em energia elétrica residencial (-4,21%), influenciado pela incorporação do bônus da Itaipu às faturas de energia, apesar de estar em vigor a bandeira vermelha patamar 2, cobrança superior à bandeira vermelha patamar 1 que estava valendo em julho, a tendência é de retomada à trajetória anterior no próximo mês.

     

    “Portanto, retirando esse impacto pontual, a inflação ainda estaria em patamar positivo. Isso significa que a deflação de agosto não é um sinal de que a pressão inflacionária retrocedeu completamente (a inflação acumulada em 12 meses segue acima do limite superior da meta de inflação), e portanto, não sugere movimentações de curto prazo na carteira do investidor”, esclarece a analista do Clube FII.

     

    Mesmo em cenários de deflação ou alta da inflação, quem investe com método sai na frente. Nossos assinantes já contam com análises profissionais, carteiras recomendadas e um ecossistema completo de ferramentas para investir com confiança. Não fique no escuro: clique aqui e assine o Clube FII com o plano ideal para o seu perfil.


    mais notícias semelhantes
    O Clube FII preza pela qualidade do conteúdo e verifica as informações publicadas, ressaltando que não faz qualquer tipo de recomendação de investimento, não se responsabilizando por perdas, danos (diretos, indiretos e incidentais), custos e lucros cessantes.