Copom eleva taxa básica para 13,25% ao ano
Comitê do Banco Central aumenta Taxa Selic em 0,5 ponto percentual. Especialista em Fundos Imobiliários Thiago Otuki explica como fica o mercado após a decisão
O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) decidiu por unanimidade aumentar a taxa básica de juros da economia brasileira em 0,5 ponto percentual, de 12,75% para 13,25% ao ano.
Neste quarto encontro do ano, a autoridade monetária deu sequência à política de aperto monetário, ou seja, de alta de juros, como forma de conter a inflação no país. A próxima reunião do Copom será nos dias 2 e 3 de agosto.
De acordo com o economista do Clube FII, Thiago Otuki, não há novidade na decisão. Para ele, independentemente da taxa Selic ser 13,75% ou 14,50%, o país já está muito próximo do final da fase de aperto monetário.
“Os ativos negociados em bolsa antecipam nos preços essa expectativa dos juros, e esse movimento já está nos relatórios dos analistas e economistas há algum tempo”, explica.
Otuki lembra que o Tesouro IPCA+ 2035, uma das referências de juros de longo prazo para os Fundos Imobiliários, já atingiu 5,9% em março desse ano e agora apresenta uma taxa 5,75%.
“Desde de março, não houve melhoras no cenário fiscal e inflacionário, pelo contrário. Mesmo assim, a taxa que realmente impacta os preços das cotas no mercado [de Fundos Imobiliários] não fez novo topo esse ano”.
O consenso entre especialistas como Thiago Otuki é de que há uma janela de oportunidade para a compra de bons FIIs de tijolo, ou seja, cotas de Fundos Imobiliários com imóveis na carteira.
No entanto, eles alertam que o investidor precisa estar ciente de que o mercado imobiliário possui fases, e a recuperação de vacância e do aumento de aluguel, por exemplo, não tem a mesma dinâmica de ajuste rápido como nos preços de mercado de bolsa de valores.
O economista explica ainda que há também outra janela para os rendimentos que capturam a inflação elevada e o CDI nesse patamar, embora o retorno não seja o mesmo dos últimos dois anos de inflação em aceleração contínua.
Maio foi o primeiro mês de desaceleração do IPCA acumulado em 12 meses, quando registrou 11,73%. Na visão de Otuki, mesmo como sinal positivo para o início de uma longa fase de convergência da inflação para mais próximo do centro da meta, os chamados fundos de papel ainda são uma alternativa.
“O investidor que é mais avesso ao risco tem a opção de alocar nos FIIs de certificados de recebíveis imobiliários (CRIs)”, conclui.