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    Conheça em detalhes o mais novo FI-Infra na B3

    Em entrevista exclusiva ao Clube FII News, o CEO da Sparta, gestora do JURO11, explicou como funciona o Fundo de Investimentos com portfólio formado por debêntures de infra-estrutura

    Por Luciene Miranda
    quinta-feira, 10 de fevereiro de 2022 Atualizado

    O Fundo de Investimentos JURO11 é um dos poucos listados na B3 com portfólio totalmente composto por debêntures de infraestrutura, também conhecidas como debêntures incentivadas.

     

    Estes títulos emitidos por empresas para captação de recursos são conhecidos assim porque são isentos de imposto de renda justamente por serem destinados a investimentos em infraestrutura, levando recursos privados para obras que costumavam contar apenas, há alguns anos, com dinheiro público ou de financiamento por bancos de desenvolvimento, a exemplo do BNDES.

     

    Conheça em detalhes o mais novo FI-Infra na B3
    Ulisses Nehmi, CEO da Sparta e gestor do JURO11, na oferta pública do fundo em 21 de dezembro de 2021 (Foto: Caue Diniz - B3)

     

    Os setores são diversos. O JURO11 abrange energia elétrica, saneamento, concessões de rodovias, além de produção de açúcar e álcool. A cota saiu a R$ 102,83 na oferta pública em 21 de dezembro e o rendimento inicialmente oferecido foi de IPCA mais 7%. Agora, a cota está em torno de R$ 101,00 e o retorno, de acordo com o último relatório, passou para IPCA mais 8%.

     

    Ulisses Nehmi, CEO da Sparta que é a gestora do fundo, explica que uma condição para o aporte pelo fundo é a operação ser high grade, ou seja, ter nota de crédito elevada de acordo com a avaliação feita por agências especializadas.

     

    “É o mundo do grau de investimento. São operações de empresas que, normalmente, têm solidez financeira bem grande e ratings – notas de classificação – entre BBB, A, AA e AAA”.

     

    Antes mesmo de entrar no segmento FI-Infra da bolsa brasileira, a Sparta já faz gestão de risco de crédito há mais de 10 anos. Atualmente, a gestora trabalha com R$ 5 bilhões sob gestão, inclusive, com outros fundos de crédito e um outro fundo de debêntures incentivadas com quase cinco anos no mercado, mas que não está listado na bolsa brasileira.

     

    “Os nossos fundos abertos deixam a gente bastante restrito pelos pedidos de resgate que acontecem a qualquer momento. Em 30 dias, você tem que pagar e acabou. Quando você tem um fundo listado [como o JURO11], a vantagem para o gestor é que ele não precisa se preocupar com os pagamentos dos resgates. Quando o investidor quer sair, ele vende a cota para alguém no mercado. Ele recebe os recursos em D mais 2 e não em D mais 30”, explica.

     

    Outra vantagem, de acordo com Nehmi, é a possibilidade de investimento em ativos menos líquidos e mais rentáveis.

     

    A ideia inicial era o lançamento do JURO11 no primeiro semestre de 2020, mas os planos foram atrasados pela pandemia. Mesmo assim, o fundo estreou em oferta pública na B3 no final do ano passado, em um momento difícil para captação, na opinião do gestor.

     

    “A gente começou o fundo pequeno, com R$ 32 milhões, e seguimos assim. Estamos perto de ter 500 cotistas, principalmente pessoas físicas, e o número vem crescendo”.

     

    A ideia é, ao longo do tempo, diversificar a carteira, além de aumentar volume e liquidez das cotas. O JURO11 opera com distribuição de rendimentos conforme o lucro contábil.

     

    “O fundo está desenhado para a gente distribuir rendimentos mensais quando tiver resultado contábil acumulado”, afirmou Nehmi.

     

    O fundo declarou o primeiro dividendo a cotistas em 31 de janeiro.

     

    “A gente tinha R$ 1,69 acumulado de lucro contábil e distribuiu R$ 1,00”, detalhou.

     

    De acordo com o gestor, a distribuição não foi de 100% do lucro contábil como uma estratégia para acumular recursos e manter a recorrência nos pagamentos mensais. Os anúncios de valores são sempre no final do mês e o pagamento no décimo dia útil do mês seguinte.

     

     

    Marco regulatório high grade como segurança

     

    Ulisses Nehmi explica que o marco regulatório no país para os projetos de infraestrutura oferece segurança aos investidores, uma vez que ditam regras para grandes aportes com retornos no longo prazo.

     

    As garantias podem variar entre as oferecidas por grandes grupos, por contratos, fluxos de recebíveis de emissão ou mesmo com ações.

     

    Nehmi lembra que as debêntures incentivadas podem ser compradas diretamente por pessoas físicas, que costumam buscar nomes de companhias e projetos mais conhecidos, a exemplo de Petrobras, Cosan e Raízen. No entanto, as debêntures com menor risco oferecidas por grandes emissores não remuneram muito mais do que um título público.

     

    “As oportunidades onde a gente consegue agregar bastante valor estão nos ativos com grau de investimento e, por isso, seguros, mas que precisam de uma análise mais aprofundada para entender se taxa e prazo, por exemplo, fazem sentido. Isso dificilmente uma pessoa física consegue fazer”.

     

    Hoje, a carteira do JURO11 é concentrada em 15 companhias. Em outros fundos da Sparta, há até 170 emissores diferentes em carteiras consideradas super pulverizadas.

     

    “As concessões e a regulação estão bem maduras. Há duas décadas, pelo menos, estes projetos foram entregues ao setor privado aqui no estado de São Paulo, o que proporcionou muito aprendizado dos órgãos reguladores que serve de base para outros estados e também para o governo federal”.

     

     

    Projetos de infraestrutura em todo o país

     

    As debêntures incentivadas custearam projetos distribuídos, praticamente, em todo o território nacional. Cada tipo de empresa está em uma região diferente.

     

    Entre as empresas emissoras no portfólio do JURO11, a Aegea atua em 12 estados e a Agrovale está em Juazeiro, na Bahia.

     

    A carteira do fundo ainda abrange debêntures do complexo Anemus, com a 2WEnergia, que está no Rio Grande do Norte, a Echoenergia com oito parques eólicos na região nordeste, além da Ecorodovias presente no sudeste, sul, centro-oeste e nordeste.

     

    Outros exemplos são a Mata de Santa Genebra que fica no Paraná e a JSL, controlada da Simpar, que está no Brasil inteiro.

     

    “São projetos de 10 a 20 anos e, para isso, é necessário ter uma regulação muito forte com grande detalhamento sobre como vende, para quem vende, se a correção é pela inflação todo ano. São regrinhas muito bem-feitas de modo a diminuir o risco e viabilizar estes investimentos de longo prazo”, conclui Nehmi.

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     


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