O Copom, Comitê de Política Monetária do Banco Central, anunciou agora há pouco que elevou a taxa básica de 9,25% para 10,75% ao ano, em um aumento de 1,5 ponto percentual, na primeira reunião de 2022.

O aumento já era esperado pelo mercado e sinalizado pelo próprio Banco Central em uma tentativa de conter o avanço da inflação.

Em 2021, a inflação medida pelo IPCA, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo, atingiu 10,06%, quase o dobro do teto da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional que era de 5,25%. O descontrole ocorreu mesmo com o BC elevando a taxa básica no ano passado de 2% para 9,25%.

Na opinião do economista do Cluve FII, Thiago Otuki, a elevação da Selic é esperada pelo mercado até o patamar de 11,75% e de amplo conhecimento dos investidores.

"Essa previsão de 11,75% para 2022 é a mediana do mercado e divulgada pelo Boletim Focus do Banco Central. Entretanto, alguns economistas já preveem uma taxa ainda maior. Ou seja, essa não foi a última estimativa de aumento da taxa pelo Copom em 2022".

Otuki lembra que esse impacto esperado pelo mercado também já está. em grande parte, incorporado aos preços das cotas dos FIIs negociados na bolsa. No entanto, a partir de agora, se a inflação não ceder como o esperado, ou mesmo o risco fiscal aumentar, um impacto adicional é possível nos preços dos FIIs.

"É bom lembrar que a previsão do IPCA para 2022 já está em 5,38%, ou seja, caso se concretize, ficará acima do teto da meta de inflação definida pelo Conselho Monetário Nacional para esse ano", alerta. 

A próxima reunião do Copom será nos dias 15 e 16 de março.