O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) decidiu manter a taxa básica de juros da economia brasileira em 13,75% ao ano. A decisão não foi unânime. 

A autoridade monetária pretende manter a taxa no atual patamar por período prolongado, até que a inflação ceda e converja para a meta, mas não hesitará em promover novos aumentos de juros, se for necessário. 

Com isso, aplicações financeiras pós-fixadas que rendam 100% do CDI permanecem rendendo o equivalente a  0,051% ao dia.

Segundo o economista do Clube FII, Thiago Otuki, a decisão da autoridade monetária foi em linha com o consenso de mercado. “Poucos esperavam uma elevação da Selic para 14%. O mais provável é que chegamos no fim do ciclo de alta. Agora é o momento de aguardar o efeito total de todo esse processo de aumentos sucessivos da Selic, ou seja, avaliar se o IPCA vai convergir para o centro da meta de inflação”. 

O economista ainda destaca um fato importante: “Quatro semanas atrás, a previsão do IPCA para 2022 era de 6,82%. Agora passou para 6,00%. Já é a décima segunda semana seguida de queda na expectativa de inflação”, explica. “O Copom olha muito para a expectativa de mercado na sua decisão. A elevação das previsões para o crescimento do PIB em 2022 e 2023 não travou esse processo de revisões cada vez menores para o IPCA”.

“Esse cenário de uma economia mais aquecida, inflação convergindo dentro do esperado para o centro da meta, possibilita um cenário mais positivo para os FIIs de tijolo”, pondera Otuki. “Tal cenário reflete na queda da taxa futura de juros e, consequentemente, reduz a pressão nos preços das cotas dos FIIs. Com uma atividade econômica mais aquecida, também é um vetor positivo para redução de vacância”.

O comitê do Banco Central irá se reunir novamente nos dias 25 e 26 de outubro para o penúltimo encontro de 2022.