O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) decidiu pela manutenção da taxa básica de juros – também conhecida como taxa Selic – em 13,75% ao ano.

É a sexta vez consecutiva em que o comitê mantém a taxa. A última mudança com uma elevação da taxa Selic foi na reunião de agosto de 2022.

Segundo Thiago Otuki, economista do Clube FII, a expectativa é que a Selic ainda permaneça em um patamar elevado até o final de 2023.

“O consenso capturado pelo Boletim Focus do Banco Central é de uma Selic em 12,5% no final do ano”.

Otuki lembra que uma taxa CDI/Selic acima de 10% sempre deixa esse sentimento de conforto em boa parte dos investidores que ficam alocados em títulos e fundos de renda fixa.

“Como sempre comentei aqui no Clube FII News, o investidor deve olhar para a taxa futura real de juros de longo prazo. Essa é a taxa determinada pelo mercado e que já deu sinais de melhora nas últimas semanas. A taxa do Tesouro IPCA+ 2035 que chegou a 6,5% em março, já negocia agora abaixo do 6%”.

O economista reforça que essa relação ficou evidente com a alta de 3,5% do IFIX – o índice da B3 para Fundos Imobiliários - em abril, como uma reação ao fechamento da curva de juros, ou seja, à proximidade do fim do ciclo de alta e o início da redução da taxa.

“Os investidores devem ficar atentos ao comportamento dessa taxa, pois esperar a Selic cair de forma significativa pode ser uma estratégia que resultará em perdas de oportunidades de compra atrativas nos FIIs. Ainda temos um cenário com oportunidades em todos os segmentos em tijolo e papel”.

Com a decisão desta quarta-feira (3), as aplicações financeiras pós-fixadas que rendem 100% do CDI permanecem com o rendimento equivalente a 0,051% ao dia.

A próxima reunião do Copom será nos dias 20 e 21 de junho.