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    B3 terá contrato futuro de IFIX em dezembro

    Derivativo com base no índice de Fundos Imobiliários será lançado no dia 12 e foi celebrado por participantes do mercado como instrumento que trará liquidez e maior segurança aos investidores

    Por Luciene Miranda
    quarta-feira, 30 de novembro de 2022 Atualizado

    O primeiro contrato futuro de IFIX – o índice da bolsa brasileira para Fundos Imobiliários – será lançado no próximo dia 12 de dezembro junto com a operação estruturada de rolagem, de acordo com comunicado divulgado pela B3.

     

    A metodologia da operação do contrato ainda será divulgada pela bolsa, que anunciou, por enquanto, as regras de cálculo e tabelas de preços na parte destinada à tributação na página na internet.

     

    B3 terá contrato futuro de IFIX em dezembro

     

    Os contratos futuros são considerados instrumentos financeiros derivativos porque têm preços negociados com base na perspectiva futura de valor de um ativo, a exemplo de commodities, moedas e índices.

     

    Trata-se de um compromisso assumido por contrato entre duas partes, uma que vende e outra que compra, com uma data de vencimento para o ‘acerto de contas’ dentro do ambiente de bolsa de valores.

     

    Nos negócios, é tradicionalmente usado para ‘travar’ preços futuros e oferecer garantias em situações de instabilidade da economia.

     

    O mercado brasileiro é conhecido como ainda incipiente na negociação de contratos futuros, na comparação com outros países a exemplo dos Estados Unidos.

     

    Por aqui, os derivativos mais negociados têm base no dólar, juros e em commodities agrícolas, como a soja, o milho e o boi gordo.

     

    No mercado norte-americano, bolsas como as do CME Group negociam contratos futuros com base em muitos produtos, a exemplo de bitcoins.

     

    A criatividade do mercado nos EUA já chegou até a criar contratos futuros de tornado para que produtores rurais ou indústrias possam se precaver de prejuízos em situações de ocorrências deste fenômeno climático tão comum naquele país.

     

     

    A repercussão na indústria FII

     

    A notícia da criação do derivativo de IFIX foi recebida com entusiasmo por integrantes do mercado de Fundos Imobiliários.

     

    Eduardo Levy, CIO da Kilima Asset, afirma que o mercado hoje é muito mais parametrizado por um instrumento transparente negociado em bolsa do que por ativos sem a mesma liquidez da que um índice proporciona.

     

    “O IFIX teve a aderência do mercado como a referência para Fundos Imobiliários. Agora, a liquidez virá via derivativo e, em seguida, para os ativos. Com maior liquidez, aumenta também a eficiência”.

     

    Levy citou o exemplo dos Fundos Imobiliários compostos por cotas de outros fundos na carteira – conhecidos como Fundos de Fundos ou FoFs – que têm uma correlação alta com o IFIX.

     

    Estes fundos têm tido baixo desempenho nos últimos meses, o que tende a melhorar a partir das operações com os futuros de IFIX.

     

    “Quando os FoFs operam com muito desconto, você pode até comprá-los – sendo investidor pessoa física ou institucional como os hedge funds - mas com o instrumento futuro poderá comprar esta cesta de fundos voltados ao valor patrimonial e protegê-la vendendo contratos de IFIX. É uma trava”.

     

    Para o gestor, investidores em geral e, principalmente, os estrangeiros terão um instrumento financeiro ligado a FIIs que oferece ainda mais segurança aos negócios.

     

    “Alguns dos principais investidores em Fundos Imobiliários no Brasil são fundos soberanos e, com os contratos futuros de IFIX, em momentos de necessidade ou mesmo de demanda, eles têm um instrumento muito mais fácil de operacionalizar do que se tivessem que montar ou desmontar uma carteira”.

     

     

    O derivativo de IFIX na visão do mercado

     

    Nas mesas de corretoras de valores do país, a notícia também animou os profissionais.

     

    Para Pedro Galdi, analista de investimentos da Mirae Asset Corretora com 36 anos de atuação no mercado financeiro do país, o lançamento dos futuros de IFIX é uma extensão de operações que a B3 vem proporcionando aos Fundos Imobiliários.

     

    “Pouco tempo atrás, houve a permissão para aluguel de Fundos Imobiliários e, agora, vem o contrato futuro de IFIX. Tais permissões oferecem maiores possibilidades e liquidez para o mercado de FII”.

     

    O economista Alexandre Cabral, professor de Finanças da Saint Paul, afirma que a criação do derivativo permite aos investidores e gestores operarem ‘vendidos’ de uma forma mais prática.

     

    Ele explica que operar vendido é, por exemplo, um investidor acreditar que o índice pode cair nas próximas semanas, dias ou horas pelo setor imobiliário não estar tão bem e, ainda assim, fazer uma aposta.

     

    “A principal função que o contrato futuro de IFIX vai ter é a possibilidade de se operar vendido nesse mercado acreditando na queda do produto por um motivo qualquer”.

     

    Cabral complementa que, no mercado imobiliário e sem um instrumento derivativo, seria necessário um aluguel em uma operação mais complexa do que a feita pela bolsa.

     

    “Simplesmente, posso ir ao meu homebroker e vender o índice. Se esse índice cair, eu recompro e ganho a diferença, mas se ele subir, eu me dou mal”.


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