Tecnologia sustenta o crescimento do mercado de escritórios
Com o setor de tecnologia à frente das novas locações, São Paulo lidera a retomada dos escritórios corporativos
O crescimento do mercado de escritórios é cada vez mais visível. A volta ao trabalho presencial segue em pauta e ainda causa controvérsias - como mostrou o caso recente do Nubank, que demitiu 12 funcionários após a mudança do modelo híbrido. A fintech, que antes previa apenas uma semana presencial a cada trimestre, vai passar a exigir dois dias por semana no escritório a partir de meados do ano que vem.
De acordo com dados do Market Analytics, da SiiLA, os setores que mais ocuparam e desocuparam escritórios nos três primeiros trimestres de 2025 revelam a consolidação da retomada em São Paulo, cidade que concentra a maior oferta corporativa do país.
Apesar de o setor financeiro ter liderado as devoluções, com 7,2 mil m² a menos em áreas das classes A+, A e B, o movimento foi pontual. A retração se deve, principalmente, à desocupação de 32 mil m² pelo Bradesco no BSP Alphaville no último trimestre. Fora esse caso, o segmento segue com boas absorções - a exemplo da XP Investimentos, que locou 4 mil m² no Julieta Building no período. Outros recuos relevantes vieram dos setores imobiliário (-6,7 mil m²) e seguros (-6,3 mil m²).

Maiores crescimentos e maiores quedas nas ocupações em | Por: SiiLA
Mesmo com as devoluções pontuais, a maioria dos segmentos apresentou crescimento em área ocupada. O setor de tecnologia lidera com folga, somando 24,3 mil m² de expansão. O destaque vai para a Arrise, empresa de cassinos online, que locou 11,3 mil m² no Julieta Building. Outra campeã foi a gigante do streaming Netflix, que locou 6,4 mil m² no OPI-07. Empresas como a Betano, plataforma de apostas que ocupou 3,6 mil m² no Eldorado Business Tower, e a Zig Tickets, com 2,1 mil m² no Espaço Empresarial Nações Unidas, também se destacaram.
Outras praças
Fora do eixo paulista, o comportamento do mercado corporativo mostra ritmos distintos. No Rio de Janeiro, o setor público foi o principal vetor de crescimento, com 21,6 mil m² adicionais. Já o setor jurídico apresentou a maior retração, com 5,7 mil m² devolvidos. Em Brasília e Belo Horizonte, as variações foram mais discretas. Na capital federal, o setor de bens de consumo cresceu 2 mil m², enquanto o governamental reduziu 4 mil m². Em Belo Horizonte, nenhum segmento ultrapassou 1 mil m², seja em expansão ou devolução.