Logística verde: como galpões sustentáveis estão moldando o mercado
Investimentos em eficiência e certificações ambientais tornam os condomínios logísticos peças-chave na transição para a economia de baixo carbono

Uma das principais pautas do século XXI é a sustentabilidade. A preocupação com o meio ambiente é uma discussão ativa dentro das empresas, sejam elas em escritórios, lojas ou condomínios logísticos. Em especial, os grandes complexos logísticos, por sua escala e função, concentram um impacto ambiental significativo.
Contudo, com as tecnologias atuais e com a pressão do mercado por eficiência e responsabilidade socioambiental, esse impacto pode ser mitigado e, em alguns casos, até mesmo neutralizado.

O papel de quem ocupa
Toda a cadeia de operação não depende apenas dos proprietários, os inquilinos também possuem um papel importante na sustentabilidade da logística. A DHL Supply Chain, por exemplo, considera a sustentabilidade um de seus pilares estratégicos. A empresa já opera com a maior frota de veículos elétricos de carga do Brasil e prevê evitar quase 300 mil toneladas de CO2 nos próximos anos. Para isso, anunciou um investimento de € 200 milhões, com a meta de tornar 30% da frota sustentável em três anos.
Segundo Cybelle Esteves, VP Operations Excellence BR, ESG Latam na DHL Supply Chain, a eletrificação é apenas uma parte da transformação.
"Temos uma estratégia clara para reduzir emissões e aumentar a eficiência energética. Hoje, já trabalhamos com fontes alternativas como hidrogênio e biogás e avançamos na certificação dos nossos centros de distribuição, que incluem práticas de coleta seletiva e geração solar”, afirma.
A executiva explica ainda que a companhia aderiu ao Mercado Livre de Energia, o que permitirá uma redução de 2,8 mil toneladas de CO2 em cinco anos.
"Isso equivale ao plantio de 390 mil árvores, um impacto concreto que mostra como pequenas mudanças estruturais podem gerar grandes resultados”, reforça Esteves.
No horizonte, a empresa trabalha com uma agenda global de sustentabilidade com metas escalonadas. Até 2030, busca expandir o uso de energia renovável, eletrificar parte significativa da frota e ampliar o uso de combustíveis sustentáveis.
Construção e operação
Se de um lado empresas como a DHL buscam reduzir emissões em sua frota e operações, de outro, os proprietários de condomínios logísticos avançam com projetos certificados para oferecer infraestrutura mais eficiente, projetos chamados de "construção verde".
Segundo o U.S. Green Building Council (USGBC), empresa que fornece os certificados LEEDs, o setor logístico registrou um crescimento de 200% no número de projetos certificados entre janeiro e abril de 2024, em relação ao mesmo período do ano anterior. Esse avanço fez da logística o segundo segmento mais relevante em certificações LEED no país, atrás apenas de escritórios.
Essa tendência responde tanto a pressões globais, como compromissos assinados na COP28 para que edifícios se tornem de baixas emissões até 2030, quanto a demandas locais de investidores e inquilinos.
Para os proprietários de condomínios logísticos, empreendimentos sustentáveis representam ativos com menor vacância e maior valorização de mercado.
Para os inquilinos, principalmente operadores logísticos, indústrias e empresas de e-commerce, a escolha de um galpão com certificação sustentável reduz custos operacionais, melhora a imagem corporativa e atende às metas ESG.