Interior e capitais regionais atraem condomínios logísticos
Estudo da cy.capital mostra que hubs fora do eixo paulista começam a reunir massa consumidora e infraestrutura
Um novo estudo da cy.capital traz um olhar atualizado sobre o futuro da logística brasileira. O relatório, batizado de Índice de Conectividade e Massa Consumidora (ICMC), analisou 75 hubs em todo o país, cruzando dados do Censo 2022 (IBGE) com rotas reais do Google Maps. O objetivo: entender quais regiões oferecem as melhores condições para investimentos em galpões e centros de distribuição.
Os resultados reforçam o que o mercado já percebe: São Paulo segue como o grande epicentro da logística nacional. A combinação entre alta densidade populacional, malha viária consolidada e proximidade com o consumo mantém a metrópole como o principal destino para operações de e-commerce e distribuição urbana. O ICMC evidencia, em números, que conectividade rodoviária e massa consumidora são os fatores decisivos na escolha de um galpão logístico - com peso de 30% e 70%, respectivamente.
Mas o mesmo relatório também aponta que há um Brasil logístico em formação fora do eixo paulista. Cidades médias e capitais regionais começam a despontar como alternativas viáveis, reunindo estrutura, localização e custos competitivos para sustentar o próximo ciclo de expansão do setor.
Cruzando os dados da cy.capital com informações do Market Analytics da SiiLA, a convergência é clara: regiões próximas a grandes centros urbanos já apresentam estoques mais elevados e crescente interesse de investidores.

Por: Siila
Pontos estratégicos
Os hubs de Extrema, Pouso Alegre e Betim (MG), junto com Goiânia (GO), ganham destaque por unir boa conectividade e custos logísticos mais baixos. Essas regiões vêm atraindo empresas de e-commerce, automotivo e alimentos, que buscam reduzir despesas operacionais sem se afastar dos principais mercados consumidores do Sudeste.
Com terrenos disponíveis e infraestrutura rodoviária robusta, o Sul de Minas se consolida como extensão natural da logística paulista, enquanto Goiânia desponta como novo polo distribuidor do Centro-Oeste, capaz de atender com agilidade o interior do país.
Centro-Oeste e Sul
A Região Centro-Oeste também aparece com força no levantamento, liderada por Brasília (DF) – um dos hubs com melhor conectividade rodoviária do país. Embora o entorno tenha densidade populacional menor, a capital federal se beneficia de sua posição geográfica central e das ligações diretas com as principais rodovias (BR-020, BR-040, BR-060 e BR-070), o que a torna estratégica para operações interestaduais e de distribuição regional.
No Sul do país, cidades como Londrina, Araucária e Pinhais (PR) se destacam por sua integração rodoviária e tradição industrial. Esses polos vêm se transformando em centros regionais de distribuição, aproveitando o entroncamento entre Paraná, Santa Catarina e São Paulo.
Segundo a análise da cy.capital, o perfil híbrido desses municípios do centro e sul - capazes de atender tanto operações urbanas quanto regionais - os coloca em vantagem em relação a outras localidades.
Nordeste e Norte
O relatório também chama atenção para o Nordeste, onde polos como Guararapes e Cabo de Santo Agostinho (PE), próximos ao Porto de Suape, e Feira de Santana (BA), entroncamento rodoviário baiano, combinam boa conectividade com grande potencial construtivo.
Entre os casos mais particulares, o estudo cita Manaus (AM) - cidade com alta conectividade interna, mas limitada pela distância dos grandes centros consumidores. Ainda assim, a Zona Franca de Manaus segue essencial para a cadeia de suprimentos amazônica, atuando como polo de distribuição fluvial e aérea.