Capitânia anuncia venda de ativos e fundo CPLG11 zera a alavancagem
Transações somam R$ 538 milhões e criam colchão de R$ 80 milhões em lucro, garantindo previsibilidade de dividendos de 14% ao ano

A Capitânia anunciou a venda de três ativos, em duas operações distintas, registradas no fato relevante do Capitânia Logística FII (CPLG11). As transações envolvem o ativo BTS Meli Araucária, no Paraná, além do CPLG Osasco e do CPLG Mauá, ambos em São Paulo.

A primeira transação foi divulgada também pelo comprador, o fundo de real estate da TRX, o TRXF11. A Capitânia está realizando a venda de 43,82% do ativo, cerca de 40 mil m², ocupado pelo Mercado Livre por R$ 207,9 milhões, a serem pagos em três parcelas.
Já a segunda operação envolve 100% dos ativos CPLG Osasco (35 mil m2) e CPLG Mauá (48.4 mil m²), em São Paulo. Avaliada em R$ 330 milhões, a transação terá os valores pagos em até 12 meses. O imóvel de Osasco é um build-to-suit, 92% locado para a Jamef e com a área restante ocupada pelo GPA, antigo proprietário. Já o ativo de Mauá é pulverizado em oito inquilinos, incluindo Shopee, Benassi e outros operadores logísticos.
Ao todo, as transações movimentaram R$ 4,8 mil/m². Segundo a equipe de inteligência da SiiLA, na operação referente ao BTS Meli Araucária foi registrado um cap rate de 7,51%. As informações sobre a segunda transação estão disponíveis na plataforma Market Analytics da SiiLA.
O fundo
Divulgação
Em conversa com Gabriel Backes Martins, head da estratégia de investimentos imobiliário no segmento de logística da Capitânia, ele explicou que essas transações são importantes para o FIl porque permitem que o fundo zere a alavancagem. Dessa forma, o CPLG11 passa a ter um guidance de dividendos, projetando um dividend yield de 14,12% ao ano (R$ 0,13/cota).
"Nessa reciclagem, estamos vendendo três ativos: Araucária, Mauá e Osasco. Além de gerar ganho de capital relevante, aproveitamos para fazer liquidez e desalavancar o fundo. Não tínhamos grande alavancagem, mas com essas vendas zeramos todas as dívidas. Esse é um ponto importante", explica Martins.
Ele ressalta ainda que a operação é extremamente relevante para o futuro do FII, abrindo espaço para novos negócios que ainda serão estudados.
"Geramos cerca de R$ 400 milhões de liquidez para novos investimentos e construímos um colchão de quase R$ 80 milhões em lucro, que será distribuído nos próximos semestres, dando previsibilidade de dividendos. Estimamos algo em torno de 14% ao ano”, afirma.