Além da Faria Lima: regiões como Jabaquara e Tatuapé ganham protagonismo
Novos ativos como o Almagah 277 e o Arquipeo impulsionam a qualidade dos estoques nas zonas emergentes da cidade

O mercado de escritórios de São Paulo possui duas subdivisões: as regiões CBDs (ex: Faria Lima, Paulista e Berrini) e as regiões não-CBDs (ex: Tatuapé, Jabaquara e Centro). Normalmente, o objeto de desejo das empresas são as regiões CBDs, mas as demais áreas vêm crescendo e ganhando destaque.

As duas regiões se diferenciam em diversos aspectos. As CBDs possuem um estoque maior - são 6,3 milhões de m² —, enquanto as não-CBDs somam 2,7 milhões de m². Outro grande diferencial é a taxa de vacância: as principais regiões registram 18,2%, enquanto as secundárias têm 23,7%.
Apesar da disparidade nos números, algumas regiões apresentam indicadores positivos e potencial de crescimento. O maior destaque é o Jabaquara, que possui 130 mil m² de ativos A+ e A, com apenas 8,5% de vacância.
Gráfico 1
Ao realizar uma análise que considera ativos A+, A e B, a região com menor taxa de vacância é a Marginal Tietê, com 6,78% de espaços vagos - sendo a maioria de classe B. Considerando todos os tipos de empreendimentos, a região do Jabaquara apresenta vacância de 11,74%.
Taxa de Vacância
Gráfico 2
Evolução
Gráfico 3
De modo geral, as regiões têm apresentado constante evolução em seus estoques, com aumentos pontuais de vacância decorrentes de novos empreendimentos. A última absorção líquida negativa foi registrada no primeiro trimestre de 2023. Desde então, todos os trimestres vêm sendo impulsionados por diversas locações e novos projetos.
Nessas regiões, empresas do setor financeiro se mostram mais presentes, seguidas por órgãos governamentais e companhias de tecnologia.
Novo Estoque
Essas áreas vêm se desenvolvendo como parte de um movimento de descentralização do mercado de escritórios. Um exemplo é o Tatuapé, que recentemente recebeu seu primeiro ativo classe A: o Almagah 277.
Em 2024, outros três empreendimentos de alto padrão foram entregues em regiões não-CBDs. O Jardins recebeu o Corporate Garden, que foi 100% locado pela Link School. Já a Barra Funda recebeu um ativo classe A+, o edifício Arquipeo, ocupado parcialmente pela WPP, mas ainda com 29% de vacância.
Para o futuro, a região do Tatuapé receberá o Urman São Paulo, com entrega prevista para 2027. Já em 2025, a única entrega de alto padrão nas regiões não-CBDs prevista até o momento é o Viva Campo Belo, em Moema.