Credor de terras estressadas do BTRA11 reconhece propriedade do fundo
Fundo Imobiliário BTG Pactual Terras Agrícolas afirmou que credor apresentou petições à justiça reconhecendo inexistência de fraude à execução na aquisição da Fazenda Vianmancel

O BTG Pactual, gestor e administrador do Fundo Imobiliário BTG Pactual Terras Agrícolas (BTRA11), informou nesta terça-feira (16) que o credor de Milton Cella e esposa, arrendatários do fundo, reconheceu a inexistência de fraude à execução na aquisição dos imóveis pelo fundo em Nova Maringá, Mato Grosso.
O credor - que não teve o nome revelado no comunicado - reconheceu a procedência dos argumentos apresentados pelo fundo e apresentou petições em todos os processos judiciais concordando com o cancelamento das averbações de ônus sobre os bens. Desta forma, ele reconhece como "legítima, boa e hígida" a aquisição dos imóveis pelo BTRA11, de acordo com o BTG Pactual.

As terras compradas pelo BTRA11 estão inscritas nas matrículas 9.203, 9.204, 9.205 e 9.533 do Cartório de Registro de Imóveis de São José do Rio Claro, no Mato Grosso. O BTRA11 pagou R$ 81 milhões pelos 3,1 mil hectares do imóvel em agosto de 2021. A operação foi na modalidade sale and lease back, em que o proprietário vende o imóvel ao fundo e o aluga de volta.
Ainda de acordo com o BTG Pactual, o credor de Milton Cella comprometeu-se a não formular novos pedidos de reconhecimento de fraude à execução relativamente à aquisição dos imóveis feita pelo fundo.
O estresse envolvendo as terras da Fazenda Vianmancel do portfólio do BTRA11 veio ao público em 22 de junho. Dias depois, a fundo informou que o vendedor dos imóveis ao fundo e arrendatário das terras, Milton Cella, tem uma dívida de R$ 73 milhões.
A fazenda responde por 23% da receita do BTRA11.
Com a notícia de reconhecimento de propriedade do fundo nas terras pelo credor de Milton Cella, as cotas do BTRA11 na B3 tiveram alta de 5,02% no pregão desta terça-feira.
Em agosto, os ganhos do fundo na bolsa brasileira acumulam mais de 10% de alta, o que minimizou as perdas em 2022 que, agora, representam 12,58%.