FIIs x CDI: Qual maior rendimento no longo prazo?
Análise do Clube FII mostra como os fundos imobiliários superam o CDI líquido e a inflação em um período de 10 anos

Em uma análise detalhada sobre a performance dos investimentos, Lana Santos, analista do Clube FII, desmistifica a competição entre Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs), CDI e a inflação. A conclusão, baseada em dados históricos, aponta que, no longo prazo, os FIIs se mostram uma alternativa mais rentável do que a renda fixa tradicional, uma vez que se considera o retorno líquido de impostos. Para assistir à análise completa em vídeo, clique aqui.
A discussão parte de uma dúvida comum entre investidores: o IFIX, principal índice de FIIs, consegue superar os principais benchmarks da economia? No curto prazo, especialmente em cenários de juros altos, o CDI pode parecer mais atraente. Contudo, Lana Santos explica que a dinâmica se inverte no longo prazo. “Com a queda nos juros, o custo do financiamento do setor imobiliário cai e, com isso, os projetos aceleram, a economia cresce e os dividendos aumentam”, afirma. "Quando as taxas de juros se estabilizam em níveis baixos ou moderados, a renda recorrente dos FIIs, ou seja, os dividendos, geralmente superam o CDI".

Um ponto crucial da análise é a proteção contra a inflação que os FIIs oferecem. Fundos de papel, que investem em títulos de crédito como os CRIs, têm seus rendimentos atrelados a índices de preços, como o IPCA. Já os fundos de tijolo, donos de imóveis físicos, possuem contratos de aluguel com cláusulas de reajuste anuais, garantindo que a receita acompanhe a inflação e preserve o poder de compra dos dividendos distribuídos.
Ao analisar o desempenho acumulado entre 2014 e 2024, os números brutos podem enganar. No período, o IFIX acumulou uma alta de 143%, enquanto o IPCA subiu 86% e o CDI bruto, 152%. À primeira vista, o CDI parece ser o vencedor. No entanto, a analista destaca a importância de comparar o retorno líquido. “Essa performance do CDI é o CDI bruto, ou seja, sem considerar os impostos”, explica. Ao aplicar a alíquota mínima de 15% de Imposto de Renda sobre o CDI, seu retorno acumulado no período cai para 129%.
Com o ajuste, a performance do IFIX se mostra superior tanto à inflação quanto ao CDI líquido, consolidando os fundos imobiliários como um investimento resiliente e vantajoso para o investidor de longo prazo. A combinação de dividendos recorrentes, que são isentos de IR para pessoa física, com o potencial de valorização das cotas, cria uma estratégia robusta que, segundo Lana Santos, transforma a volatilidade do mercado em uma oportunidade de compra, potencializando os ganhos futuros.