Tik Tok deve reforçar os 7,9 milhões de m² ocupados pelo setor de bens de consumo
Bens de Consumo representam 33,5% das locações, puxados por empresas nativas do digital

Desde 2020, uma das principais redes sociais entre a geração mais jovem é o TikTok. O aplicativo de vídeos é responsável pela viralização de desafios, danças, músicas e, agora, compras, depois do anúncio da chegada do TikTok Shop no Brasil.
Classificada como a "era da compra por descoberta", a rede social afirma que a intenção é utilizar vídeos interativos e transmissões ao vivo para que os usuários tenham toda a experiência de compra sem sair do aplicativo.
A aposta do TikTok já é um sucesso em outros países, como Estados Unidos e México, e a empresa acredita que a solução contribuirá para fortalecer a economia local. Ao analisar os dados do Market Analytics, plataforma de dados e análises da SiiLA com cobertura no mercado de imóveis logísticos brasileiro, observa-se que o setor de Bens de Consumo, especialmente o e-commerce, é o principal ocupante de condomínios logísticos no Brasil.
Potencial
O setor de Bens de Consumo é responsável por 33,5% da ocupação, o equivalente a 7,9 milhões de m², sendo que os maiores ocupantes são empresas de e-commerce. Entre os 10 principais locatários do país, oito pertencem aos setores de e-commerce ou varejo.
Para a especialista em marketing e vendas pelas redes sociais, Camila Silveira, o TikTok Shop representa a tendência do que chamou de "social commerce".
"O TikTok Shop é mais que uma tendência – é uma nova era do social commerce. Empreendedores que se adaptarem rapidamente à ferramenta e souberem explorar o poder do conteúdo autêntico terão uma enorme vantagem competitiva. Se você tem um produto e quer vender mais, a hora de começar é agora", afirma Silveira.
Dados do Opinion Box mostram a força da plataforma: o TikTok é a terceira rede social com maior número de downloads, estando presente em 46% dos smartphones brasileiros. Além disso, 56% dos brasileiros já realizaram compras por meio de aplicativos de celular.
O aplicativo também é a rede social que mais cresceu no país nos últimos 12 meses, saltando de 40% para os atuais 46% de presença em smartphones.

Funcionamento
O Tik Tok Shop estreou na América Latina pelo México, onde a empresa firmou uma parceria com o Mercado Livre para a distribuição de produtos. Em outras regiões do mundo, estratégias diferentes foram adotadas.
Em países do Sudeste Asiático, o TikTok Shop opera com uma rede logística própria, conhecida como "Fulfilled by TikTok". O sistema inclui desde centros de armazenagem até operações de entrega, permitindo à plataforma maior controle sobre a experiência de compra.
No caso do Brasil, a expectativa é que a operação siga o modelo de 4PL (Fourth-Party Logistics), ou seja, a terceirização da gestão estratégica e da cadeia de suprimentos. A plataforma deve contar com os Correios ou outras empresas de logística para operacionalizar os envios, estratégia semelhante à adotada por empresas como a, também varejista, Temu.
A empresa também pretende utilizar inteligência artificial e seu próprio algoritmo para otimizar a experiência de compra, da mesma forma como já faz com a entrega de vídeos. A vitrine virtual será semelhante ao feed: cada vídeo assistido e cada interação realizada poderão influenciar diretamente os produtos exibidos ao usuário.